Rádios cristãs debatem rumos de futuro

17º Encontro Nacional das Rádios da ARIC – Associação das Rádios de Inspiração Cristã sob o signo do digital Os Açores receberam no passado fim-de-semana o 17º Encontro Nacional das Rádios da ARIC – Associação das Rádios de Inspiração Cristã. A iniciativa procurou promover o debate aberto e acompanhamento regular dos problemas, ameaças e oportunidades que a realidade do sector da radiodifusão e seus agentes enfrentam no seu dia-a-dia. Joaquim Sousa Queirós, presidente da direcção da ARIC, explica à Agência ECCLESIA que a preocupação deste tipo de encontros é “reflectir sobre a situação do momento, através de uma série de conferências, de dimensão nacional e local”. António Lima Martins, coordenador do projecto DAW, Estação de Áudio Digital baseada em “open source”, da Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco e da Rádio Urbana, abordou na sua intervenção a temática dos caminhos alternativos disponibilizados pelas novas tecnologias “open source” e que poderão vir a ser solução para obviar alguns dos problemas e dificuldades, não só técnicas como financeiras de quem trabalha e depende diariamente das facilidades proporcionadas pelas Novas Tecnologias de Informação. Para o presidente da ARIC, o segredo para o sucesso passar por dirigir-se “muito bem” aos ouvintes, deixando de lado a ideia de “imitar as rádios nacionais”. “Neste momento, estamos a dinamizar cadeias de rádio, nomeadamente na parte da informação e na parte comercial, porque a preocupação já começa a ser a partilha”, revela. Desafio Digital O Director Técnico do Grupo Renascença, Rui Magalhães, o qual referiu que “o futuro da Rádio será digital, só não saberemos quando e como, mas acima de tudo será de convergência e terá sempre que ser com qualidade”. Para além da digitalização das emissões, para além da adopção de novas tecnologias como o DAB, o IBOC, o DRM ou o RDSat, o futuro da rádio terá sempre, que ter em consideração as premissas quer da Convergência, ou seja cada vez mais nós iremos assistir ao facto de ter acesso sempre aos mais diversos media num só suporte, quer da Qualidade ou seja o consumidor tendencialmente, será cada vez mais exigente no tipo de produto que escolhe para equipar ou satisfazer as suas necessidade de informação, lazer ou entretenimento. “Essa necessidade de escolha tem também que ver com o facto de que o tempo é cada vez mais um bem escasso e as alternativas para o ‘mobilar’, são cada vez em maior número”, explicou. Joaquim Sousa Queirós admite que “o sistema digital de transmissão de programas traz novos desafios na arrumação das próprias rádios” e nos seus próprios formatos. Quanto à presença on-line, algumas rádios estão a reduzir as suas emissões na Internet, com as rádios locais a interrogarem-se se “vale a pena chegar mais longe ou chegar melhor ao público alvo”. No caso específico do Açores, contudo, essa presença é essencial para chegar aos muitos emigrantes presentes noutros países. Comunicação e política A relação entre os media e a política também esteve em destaque neste encontro, com a participação de André Bradford, jornalista de formação, e actualmente nas funções de Assessor para os Assuntos Políticos do Governo Regional dos Açores. “Em política não basta existir, é necessário fazer-se existir”, referiu. A necessidade de compreender o funcionamento dos Media, as suas dificuldades e a realidade do sector foi destacada por André Bradford, como sendo a pedra de toque para um relacionamento que deve ser sempre leal e transparente. Segundo este responsável; “A maior parte do nosso conhecimento de hoje é-nos reportada, não é por nós vivida”. O orador destacou ainda o facto de ser cada vez mais necessário, tomar medidas concretas com vista à “educação para os Media”, dado que a notícia nunca poderá contar tudo o que é relevante, as mensagens estão codificadas e compactadas para serem difundidas em dois ou três minutos de “peça” audiovisual ou em mais ou menos dois mil caracteres, respectivamente para os meios rádio, televisão ou imprensa. Este Encontro Nacional de Rádios foi o último destinado às Comemorações do décimo quinto aniversário da Associação ao qual se associaram o assinalar do 60º Aniversário do Rádio Clube de Angra. A ARIC nasceu em Fátima, a 1 de Maio de 1991, para defesa dos “legítimos interesses das rádios associadas”. Actualmente integram a Associação cerca de 70 rádios espalhadas por todo o território Nacional.

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