Lisboa, 24 abr 2021 (Ecclesia) – Os bispos católicos da República Democrática do Congo (RDC) alertaram para a “ameaça crescente” de milícias islâmicas no país, especialmente na região leste.
Num comunicado divulgado pela fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), os responsáveis falam na situação de insegurança como uma “verdadeira crise”, e dizem temer pelo desenvolvimento do país enquanto a região “permanecer sob o controlo dos predadores”.
Uma delegação de bispos da RDC, acompanhada por representantes da Associação das Conferências Eclesiásticas da África Central, visitou as províncias do Kivu do Norte e de Ituri, no mês de janeiro.
Os responsáveis católicos afirmam que há indícios de “uma estratégia profunda” para a “islamização da região”, e que isso se refletirá a longo prazo na estabilidade política do país.
Segundo o comunicado, as milícias têm vindo a promover “a ocupação da terra, a exploração ilegal de recursos naturais, o autoenriquecimento gratuito e a Islamização da região sem respeito pela liberdade religiosa”.
Em Butembo-Beni, na província do Kivu do Norte, houve mais de 6 mil mortos desde 2013, e em Bunia mais de 2 mil, só no ano de 2020.
No Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, publicado pela Fundação AIS a 20 de abril, a República Democrática do Congo está classificada como um país que enfrenta “sérios desafios devido à pobreza, corrupção, debilidade das estruturas estatais, elevados níveis de insegurança e surtos de ébola e da pandemia do coronavírus”.
OC