Quinze mil cristãos celebraram em Belém

300 habitantes da Faixa de Gaza receberam permissão para participarem nas cerimónias

Cerca de 15 mil cristãos, palestinos e peregrinos de diversas partes do mundo, participaram nas celebrações do Natal em Belém, cidade onde Jesus nasceu.

Entre os fiéis encontravam-se aproximadamente 300 cristãos da Faixa de Gaza, com idades acima de 35 anos, que receberam permissão dos militares israelitas para deixar o território e ir à Cidade Santa durante 24 horas para celebrar o Natal.

Um desfile de escuteiros ao som de flautas, tambores e gaitas marcou o início das festividades, no dia 24, diante da Basílica da Natividade.

A multidão presente em Belém esperou pela entrada solene do patriarca latino de Jerusalém, D. Fouad Twal, à frente de uma procissão que saiu da Cidade Santa.

O prelado presidiu à Missa do Galo na Igreja de Santa Catalina, vizinha da Basílica da Natividade. A celebração contou com a presença do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, do primeiro-ministro, Salam Fayyad, e dos cônsules gerais de Belém.

Referindo-se aos conflitos na região, D. Twal evocou “uma terra que sofre e espera”, pedindo aos israelitas e palestinianos que se tratem com respeito.

“O que nós desejamos mais, o que mais esperamos, não está a chegar. Queremos paz.”, referiu. “Não temos falta de alimentos, não precisamos de ajuda. Queremos liberdade de movimento, não queremos muros. Não queremos barreiras”, acrescentou o Patriarca Latino de Jerusalém.

Juan Cruz, um mexicano de 27 anos, recordou que “aqui Deus deu-nos o seu filho”, pelo que “é um momento privilegiado para mim encontrar-me com toda a comunidade”.

A calma impera na cidade e o exército israelita abstém-se de entrar na zona, dotada de autonomia. No entanto as barreiras militares à entrada de Belém e o muro que separa a cidade de Jerusalém Oriental recordam a ocupação de Israel.

“Preparámo-nos para receber os peregrinos com luzes e decorações, mas a nossa pequena cidade, que deveria ser um símbolo de amor e paz, continua à espera da paz”, lamentou o presidente do município de Belém, Victor Batarseh.

Os visitantes e a população local não podiam deixar de ver o muro, mas preferiram focar no espírito do Natal. “É seguro, está quente, é um momento feliz. É bom que os visitantes vejam as coisas boas também”, disse Reem Mohammad, 16, residente em Belém.

Com Agências

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