José Luís Nunes Martins
A vida de cada um de nós não é composta apenas de tranquilidade e alegrias, mas também de muitas preocupações e tristezas. O sofrimento faz parte da existência. Importa saber aceitá-lo como é e, partindo daí, chegar a combatê-lo de forma tão forte e eficaz quanto possível.
Como? Com amor.
É muito comum que o sofrimento de alguém faça com que outros o ignorem, como se se tivesse tornado invisível. Não querem ver, não querem pensar nisso, menos ainda sentir a dor do outro.
Quem ama não desvia o olhar. Quem ama está presente, é presente. Fica, não importam as circunstâncias. Nada o afasta daquele lugar que escolheu. Ali, ao lado de quem ama.
É difícil olhar para quem sofre, sim. É ainda mais difícil sofrer e não haver sequer quem olhe para aquele a quem a desgraça abraçou.
Que tipo de amor é esse que não luta contra o mal?
Que egoísmo é esse que faz desviar o olhar do sofrimento? Sim, é contagioso, mas a sua partilha é uma arma potente e pode ser o princípio do seu fim. Por mais absurdo que seja, o sofrimento também une e engrandece.
Porque nos afastamos dos que estão mais frágeis? Não somos nós também frágeis? O silêncio da solidão é um grito quase insuportável. Nunca o ouviste em ti?
A existência também é sofrimento. Sofrer não é morrer, é viver e querer viver.
Quem não ama, não sofre. Quem não sofre, não vive. Quem não vive, o que está aqui a fazer?
A dor pode despertar uma vontade que faz dos fracos fortes. Se houver quem não desvie o olhar.