«Que o diálogo entre Estados e Igrejas nunca pare», pediu o Presidente da CCEE

Assembleia Plenária dos bispos europeus prossegue em Paris. Papa pede «distinção justa entre Estado e Igreja»

A Assembleia Plenária das 33 Conferências Episcopais da Europa, que decorre até ao próximo dia 4 de Outubro, prossegue em Paris, com um segundo dia marcado pelo encontro entre os participantes do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e o Presidente francês, Nicholas Sarkozy.

O encontro está marcado para a tarde desta Sexta-feira, no Palácio do Eliseu, em Paris.

O Cardeal Jean-Pierre Ricard, arcebispo de Bordeaux e vice-presidente da CCEE, considerou que Sarkozy percebeu “a importância do encontro”.

“É um sinal positivo da atenção dada à Europa e aos representantes das Igrejas Europeias”, acrescentou.

A Assembleia Plenária da CCEE começou esta Quinta-feira e vai reflectir sobre a relação “Igreja e Estado, 20 anos depois da queda do muro de Berlim”.

No discurso de abertura, o Cardeal Peter Erdö, presidente da CCEE e Arcebispo de Budapeste, considerou ser “absolutamente necessário que o diálogo entre Estados e Igrejas nunca pare”.

Os bispos europeus estão em “total comunhão com o Papa para que a Igreja possa continuar a proclamar a verdade de Deus mesmos nos locais onde existe menor abertura para essa proclamação”.

O aAcebispo húngaro recordou a reflexão feita pelos bispos em 2008, que incidiu na forma como a “Igreja faz notícias e como as notícias sobre a vida da Igreja são distorcidas, muitas vezes alvo de ridicularização e ataque”.

“Este ano, até o Papa, foi vítima desses ataques. Não houve momentos fáceis e sabemos que é uma situação particularmente difícil para alguns países”, sublinhou o Cardeal Erdö, reiterando, no entanto, que a CCEE vai continuar o seu trabalho de promoção da “liberdade e da verdade”, condições essenciais “para um genuíno diálogo com os media”.

Referindo que a proclamação do Ano Sacerdotal foi “providencial”, o Cardeal Erdö indicou “dificuldades, tentações e mal-entendidos” que os sacerdotes atravessam.

A Igreja na Europa “precisa de leigos, famílias e pessoas nos empregos, na política, na cultura, em instituições sociais, escolas e universidades que sejam verdadeiramente o rosto de Deus, mas a experiência mostra que quanto mais os leigos se empenham, mais falta sentem de uma presença específica dos padres”, considerou o Presidente da CCEE.

“Possa este ano ser uma oportunidade privilegiada para fortalecer o nosso compromisso na promoção de vocações. A Europa precisa de mais padres”.

Distinção justa entre Igreja e Estado
“É preciso fazer uma distinção justa entre a Igreja e o Estado sem separar a Igreja da vida social e cultural” pediu o Papa na mensagem que dirigiu aos bispos europeus reunidos na Assembleia Plenária da CCEE.

Na mensagem, assinada pelo Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, Bento XVI afirmou que a Igreja é fiel à sua missão, “uma missão de verdade oferecida à sociedade para que promova a dignidade humana e a sua vocação”.

“Esta fidelidade para com o ser humano, exige fidelidade à verdade, que possa assegurar um desenvolvimento integral da pessoas humana e combata os desequilíbrios que afectam o mundo de hoje”.

A Igreja proclama a verdade através dos seus ensinamentos e da sua doutrina social.

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