Quaresma: Tempo favorável para «passar das coisas às pessoas» – Bispo de Lamego

Diocese vai destinar renúncia quaresmal aos cristãos de Alepo, na Síria, e à formação dos jovens para a Jornada Mundial da Juventude 2022

Lamego, 29 fev 2020 (Ecclesia) – O bispo de Lamego pede na mensagem que escreveu para a Quaresma que este seja um tempo favorável à tomada de consciência “dos maus negócios” feitos e das “muitas vezes” em que as pessoas são coisificadas.

“Quarenta dias para tomarmos consciência dos maus negócios que temos andado a fazer! Quarenta dias para passarmos das coisas para as pessoas (sendo que, muitas vezes, também coisificamos as pessoas!), para tomarmos consciência de que a vida verdadeira corre por outras pautas, e requer de nós que comecemos a ensaiar um cântico novo”, escreveu D. António Couto na Mensagem «Quaresma: Quarenta dias para encher de Amor», enviada à Agência ECCLESIA.

Pede o responsável a urgência de “parar no meio do mercado em que mecanicamente” o ser humano se move, “ e até adora, prestando culto ao deus deste mundo”.

A Quaresma é um período de 40 dias (com exceção dos domingos) de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário dos cristãos, este ano celebrada a 12 de abril; este caminho teve início na quarta-feira de cinzas.

D. António Couto lembra que a Quaresma convida a uma “intensa convivência com o Senhor Ressuscitado” e deverão, por isso, ser dias “de amor, de esmola, de oração, de conversão, de reconciliação, de jejum”.

“O Senhor Ressuscitado no meio de nós, perto de nós, connosco, a caminhar connosco, a sentar-se connosco à beira do poço da água viva, do vinho novo, do pão quente a sair do forno, da mesa ainda agora posta, onde reluz uma toalha branca, e onde há lugar para todos. Porque o Senhor está connosco e é por nós, e é para nós, estes quarenta dias têm de ser dias de amor, de esmola, de oração, de conversão, de reconciliação, de jejum, isto é, de pausa e bemol, até compreendermos bem que não é nossa a mesa nem a toalha nem o vinho nem o pão, que tudo nos é dado, todo o pão nos dado, não é nosso, muito menos meu, e é para partilhar com todos, desencadeando entre nós um amor enorme, sem norma nem regra nem medida”, reflete.

A Diocese de Lamego quer este ano destinar a renúncia quaresmal “aos cristãos sofridos da Diocese de Alepo, na Síria, nossos irmãos, cujas dores, carências e necessidades superam em muito tudo o que possamos imaginar”.

“O resultado da nossa generosidade será feito chegar às mãos de D. Joseph Tobji, arcebispo de Alepo”, indica D. António Couto.

Mas o bispo apela à generosidade e ao compromisso dos cristãos das 223 Paróquias da Diocese para que se consiga também destinar “uma pequena parte para aliviar as despesas que há no campo da formação, sobretudo dos jovens”, com vista à preparação para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2022.

D. António Couto dá conta ainda na Mensagem para a Quaresma 2020, que a renúncia quaresmal de 2019 “24.367,70 euros”, tendo sido distribuído da seguinte forma: “destinámos 12.367,70 euros para o nosso Seminário, 7.000,00 euros para a Paróquia de Maria Auxiliadora de Pemba (Moçambique), e 5.000,00 euros para a Paróquia de Nossa Senhora das Dores (Cabo Verde)”.

LS

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Agência ECCLESIA

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