Quaresma: Sociedade vive desafio «entre o ser e o ter» – António Bagão Félix

Antigo presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz comenta mensagem do Papa

Lisboa, 18 fev 2017 (Ecclesia) – António Bagão Félix, antigo presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, afirmou que numa sociedade dominada “pelas tecnologias poderosas e pela obsessão da circunstância”, o desafio se coloca “cada vez mais entre o ser e o ter”,

“O nosso viver confronta-se invariavelmente entre a liberdade de se ser, a necessidade de se ter, a responsabilidade de se dar, a capacidade de se fazer, a exigência de se saber, o impulso de se amar”, escreve António Bagão Félix, na mais recente edição do Semanário ECCLESIA.

No artigo de opinião, sobre a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2017, o economista afirma que a economia da troca tem de ser “completada com a economia do dom” de que o pontífice fala para que existam “regras morais e sensibilidade para com os mais pobres”.

“O dom do outro está associado a uma ética generosamente assimétrica: eu e o outro, eu e o todo. Não só dando ao outro o que dele é (justiça), como dar ao outro o que nosso é (caridade). Mas também, fortalecendo uma autêntica economia do dom, que promova o princípio ético da gratuitidade”, desenvolve o ex-ministro das Finanças e da Segurança Social.

Neste contexto, António Bagão Félix assinala que se é sempre confrontado com os “princípios fundamentais do ensinamento social da Igreja”.

A mensagem de Francisco para a Quaresma 2017 tem como tema ‘A palavra é um dom. O outro é um dom’ e o comentador considera que são duas asserções “unidas pelo ideal da justiça e pelo amor a Deus”, “juntando tempo de renovação, de conversão e de purificação”.

O antigo presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz assinala que o pontífice “chama, veementemente, a atenção” para o mal da idiolatria do dinheiro, do egocentrismo do possuir e da indiferença perante o outro através da parábola sobre o homem rico e o homem pobre Lázaro, que quer dizer “Deus ajuda”.

António Bagão Félix considera que se “investiu” no progresso, mas se “tem desinvestido no espírito”.

“Só a partir do nosso interior se faz a mudança exterior”, acrescenta no artigo de opinião intitulado ‘Deus Ajuda’ publicado no Semanário ECCLESIA ‘viver a Quaresma com o Papa’.

CB

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