Irmã Maria de Fátima Magalhães, religiosa teresiana, comenta mensagem do Papa
Lisboa, 04 mar 2014 (Ecclesia) – A irmã Maria de Fátima Magalhães, teresiana, acredita que os cristãos têm de ser criativos para combater a “miséria moral” de que o Papa Francisco fala na sua mensagem para a Quaresma.
A religiosa escreve em artigo de opinião no Semanário ECCLESIA que é perante a “miséria moral” que os católicos são “chamados a ser criativos e a trabalhar para a aliviar, sendo doadores de esperança” pois é com o seu testemunho “feito presença, escuta, e o modo de amar de Cristo que é misericórdia e compaixão”.
“Por experiência sei que quando nos aproximamos com este estilo de Deus junto destes irmãos sofredores eles mudam para a verdade e para o bem”, revela Maria de Fátima Magalhães.
“Este itinerário de amor junto das misérias humanas exige de nós, oração, despojamento e partilha e como diz o papa isto dói, mas gera alegria jubilosa porque nos sentimos agentes do amor misericordioso de Deus”, sublinha.
Analisando o facto de o Papa distinguir “pobreza de “miséria” e considerar esta última como “tridimensional pois pode ser material, moral e espiritual” a irmã Maria de Fátima Magalhães revela que na sua experiência “de conviver, diariamente, com estes três tipos de misérias” não consegue “dissociar uma das outras pois, quase sempre, caminham juntas e se implicam entre si”.
“A miséria material, traduzida na falta dos bens essenciais, a ausência dos valores humanos e espirituais, as injustiças sociais levam as pessoas a procurar a felicidade em formas de vida que tiram a dignidade e a liberdade” e é esta a “miséria moral” que transforma todos em “escravos do vício e do pecado”, escreve a religiosa teresiana.
Na atual situação económica em que Portugal vive, a irmã Maria de Fátima Magalhães alerta para o facto de que “os cortes nos salários, o desemprego, a falta de apoios complementares, por parte da Segurança Social às famílias empobrecidas, aliadas a uma ausência de valores humanos, e cristãos levam as pessoas a buscar os seus bens em lugares escuros assentes em falsas liberdades”.
“A miséria moral acarreta a miséria espiritual onde Deus está ausente e o seu amor é recusado”, opina Maria de Fátima Magalhães no semanário ECCLESIA desta semana.
MD