Um ex-soldado americano, que se converteu em pacifista, relata no documentário «Human», que quando encarou o inimigo de frente e o olhou nos olhos reparou: «Ele não era nesse momento, em que o fitava, um terrorista; era apenas um homem assustado como eu».
A professora Helena Valentim parte deste episódio para recordar o pensador Martin Buber, que afirma que o ódio se opõe ao olhar misericordioso porque não toma a pessoa na sua totalidade. mas o amor opõe-se a esta lógica.
O que optámos por não ver, ao final do dia, é muito provocador: certamente optamos por não ver aquilo com que não nos relacionámos, mas, desafia a professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, devemos reclamar um olhar de presença, que instaura um encontro verdadeiro.