D. Sérgio Dinis destacou que «o cristianismo nunca foi uma fé individualista»




Lisboa, 05 mar 2025 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança lançou hoje o desafio de construir o “nós”, alertando para a atual “cultura tendencialmente individualista”, na homilia da Missa de Quarta-feira de Cinzas, início do Tempo da Quaresma, em Lisboa
“Desde os primeiros discípulos, a experiência de Deus acontecia em comunidade. Nesta cultura tendencialmente individualista, onde se valoriza a autopromoção e o sucesso pessoal, fazermos o caminho juntos exige de nós uma conversão contínua e um compromisso renovado diariamente”, disse D. Sérgio Dinis, na Eucaristia que presidiu hoje, dia 5 de março, na igreja da Memória, em Lisboa.
Na celebração de imposição das cinzas, que marca do início do tempo litúrgico na Igreja Católica, o bispo das Forças Armadas e de Segurança desafiou a sair “do ‘eu’” para construírem “o ‘nós’, e afirmou que “o cristianismo nunca foi uma fé individualista”.
“Passar do ‘eu’ para o ‘nós’ não é fácil, mas é o caminho da verdadeira conversão. Na Quaresma, somos chamados a abrir mão do egoísmo e a caminhar juntos, na esperança e na comunhão, como Igreja sinodal. Só assim experimentaremos plenamente a alegria da Ressurreição”, desenvolveu na homilia enviada à Agência ECCLESIA.
O tempo litúrgico da Quaresma é um período de 40 dias (a contagem exclui os domingos) marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (em 2025, no dia 20 de abril).
O bispo do Ordinariato Castrense de Portugal explica que este deve ser um tempo de “reflexão, conversão e renovação espiritual”, salientando que as leituras que tinha acabado de ouvir na celebração oferecem uma “profunda meditação sobre o significado deste tempo favorável”, tempo de graça e salvação, e sobre o modo como podem “vivê-lo de forma integral”.
“Somos convidados a rasgar os nossos corações, não as nossas vestes, e a voltar para o Senhor com sinceridade e arrependimento genuíno; o próprio Jesus, no Evangelho, orienta-nos sobre a maneira correta de praticar a esmola, a oração e o jejum. Ele alerta-nos contra a hipocrisia e ensina-nos a realizar essas práticas com verdade e autenticidade”, desenvolveu D. Sérgio Dinis, na igreja da Memória, considerada a Sé do Ordinariato Castrense em Portugal.
O responsável pela Diocese das Forças Armadas e de Segurança realçou que Jesus pede que vivam “na verdade e na autenticidade a oração, o jejum e a esmola”, numa simplicidade de vida e com discrição, “procurando agradar a Deus e não aos homens”.
“A verdadeira piedade nasce de um coração sincero e expressa-se através de ações que refletem a nossa fé e amor a Deus e ao próximo”, acrescentou D. Sérgio Dinis, na homilia da Missa de Quarta-feira.
A Diocese das Forças Armadas e de Segurança destinou a renúncia quaresmal, “em partes iguais”, à ‘Acreditar – Associação de Pais de Crianças e Jovens com cancro’ e à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), informou D. Sérgio Dinis, na mensagem para a Quaresma, intitulada ‘Peregrinos da Esperança: chamados a ser construtores da paz’.
CB/OC