Autora desafia leitores a vida mais agradecida e a mudanças de olhar e atitudes
Lisboa, 25 jan 2022 (Ecclesia) – A escritora Marta Arrais publicou o livro ‘Guia para uma vida simples’, no qual pretende “dialogar” com o leitor e provocá-lo para mudanças geradoras de “paz e tranquilidade”.
“Há uma imagem, da qual gosto muito, e que tem estado muito presente: quando apagamos as luzes, quando há silêncio, o que fica? Qual o nosso pensamento? Para onde vamos ou para quem? Quando fazemos estas perguntas, o que é mais importante torna-se óbvio. Essa é uma reflexão que me tem norteado e penso ser importante cada um fazer”, explica a autora à Agência ECCLESIA.
Escrever é para Marta Arrais tão essencial como respirar, mas a escrita, “sendo um processo solitário” pretende sempre dialogar com alguém, “só faz sentido se a puder dar aos outros” e quer que os leitores sintam que escreve para eles.
Através de ‘desafios de simplificação’, pontuados em cada capítulo do livro, a autora propõe “momentos de pausa, para pensar no que se leu, e como cada uma das reflexões marcou”.
“Não quero que seja um livro corrido, mas que antes possa acompanhar as pessoas e que elas possam revisitar quando lhes fizer sentido”, explica a entrevistada de hoje no Programa ECCLESIA (RTP2).
‘Guia para uma vida simples’ (Ed. Planeta) nasceu de uma “reflexão pessoal” de Marta Arrais, que foi sentindo que as pessoas “escapam de pensar na vida”.
“O problema é irmos realizando compromissos, cumprindo várias coisas, mas guardamos o sentir e o impacto que as experiências têm em nós e na vida. Todos vivemos com muita pressa para ir a algum lado, fazer alguma coisa, realizar várias tarefas. Sobra-nos pouco tempo para o essencial, para perceber de facto a direção que seguimos. É ai que nos encontramos”, reconhece.
Através de verbos que convidam à mudança, Marta Arrais coloca-se num «nós», para desencadear um “contacto com o leitor”.
“Só faz sentido caminhar se percebermos que não vamos sozinhos. Isso tem faltado nos nossos dias: vivemos centrados em nós, no que queremos e precisamos, e temos esquecido das necessidades alheias e da forma como podemos melhorar a vida dos outros”, indica.
Não queria que as pessoas achassem, enquanto lerem, que eu estava a mandar ou a indicar caminhos, mas antes a abrir portas para que cada um entenda, à sua maneira, de acordo com as suas vivências, e encontrar forma de refletir na sua vida”.
Marta Arrais termina o livro com a certeza de que é pelo amor que “cada um será julgado”.
“Não a ideia de que se não amarmos algo de mau nos vai acontecer, mas se amarmos muito então tudo fará sentido”, indica.
A autora deixa o desafio de se olhar os pássaros a voar: “Quando olhamos um pássaro percebemos que nos preocupamos demasiado. A sua forma de voar, e procurar comida ou abrigo, mostra-nos que se confiarmos um pouco mais, teremos o que é necessário para sermos mais felizes”.
LS