Publicações: Livro «Do Silêncio Maior» expressa olhar do fotógrafo Miguel Cardoso sobre cerimónias no Santuário de Fátima em tempo de pandemia

Fotógrafo foi desafiado a registar os dias 12 e 13 de maio de 2020 em imagens.

Lisboa, 06 dez 2023 (Ecclesia) – O fotógrafo Miguel Cardoso, autor do livro “Do Silêncio Maior”, que reúne imagens do Santuário de Fátima nas cerimónias de 12 e 13 de maio de 2020, disse que a obra traduz o que sentiu naqueles dias marcados pela pandemia Covid-19.

“Há fotografias que se fazem que é fotografar aquilo que nós vemos e há outras que é fotografar aquilo que nós sentimos, que foi um bocado mais aquilo que aconteceu aqui. E poder estar nos bastidores e poder ir a todo lado fotografar, foi ótimo, porque consegui, de facto, transmitir a minha sensação do que foram aqueles 12 e 13 de maio em Fátima”, afirmou, em entrevista transmitida hoje, no Programa ECCLESIA, na RTP2.

O fotógrafo foi desafiado pelo Santuário a registar, em 2020, o aniversário dos acontecimentos de 1917 – a aparição de Nossa Senhora aos três pastorinhos – e descreve “as imagens intensas” de poucas dezenas de pessoas, incluindo sacerdotes e bispos, que representavam “muita gente”.

“Era como se fosse uma enorme sala de ressonância, onde cada passo, cada gesto tinha um eco muito maior, porque simbolicamente era quase um mistério em que cada um representava muitos. E estavam milhões em casa a assistir pelas televisões, e muitos deles isolados e em sofrimento, pela solidão e pelo facto de não sabermos de toda a incerteza que ali se passava”, explica Miguel Cardoso, que lembra que “tudo aquilo tinha um significado muito aumentado”.

“Isso fazia-se sentir pelos gestos, pelos rostos e eram imagens, de facto, difíceis, mas ao mesmo tempo eram de uma intensidade e de uma espiritualidade muito rica”, acrescenta.

Apesar do momento frágil que o país e o mundo atravessavam, o fotógrafo considera que “foi um privilégio” poder gravar aqueles momentos em cerca de 4000 fotografias, que depois de uma seleção, reduziram para 200.

“Não é um livro de fotorreportagem, é um livro que pretende ser um memorial às vítimas e que contasse, da minha forma, através das minhas imagens, aquilo que aconteceu ali naquele dia”, indica.

O livro, apresentado no dia 18 de novembro, tem uma edição única, de apenas 100 exemplares, tal como o acesso ao Santuário naqueles dias que teve de ser “muito limitado e exclusivo”.

A obra pode ser obtida através no sítio online miguelcardoso.com e uma percentagem das vendas reverte a favor da Casa de São Miguel (IPSS, do Centro de ação social do Santuário de Fátima), que tem como missão acolher crianças desprovidas de meio familiar adequado ao seu desenvolvimento.

HM/LJ/PR

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Agência ECCLESIA

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