A eventual beatificação de João Paulo II é da “competência exclusiva” do Papa que será eleito pelo Conclave de cardeais com início a 18 de Abril, explicou o porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls. A multidão que assistiu sexta-feira às exéquias fúnebres de Karol Wojtyla, na Praça de São Pedro, pediu em coro que João Paulo II seja “canonizado rapidamente” (Santo Subito). Navarro-Valls respondia a uma questão sobre a eventual beatificação do Papa falecido no dia 2 de Abril, durante uma conferência de imprensa no final da Congregação que reuniu 103 cardeais sábado de manhã. “Qualquer outro ponto de vista está fora de lugar”, disse ainda. Ainda que os jornais falassem este sábado da existência de um dossier com milagres atribuídos a João Paulo II, o milagre atribuído à sua intercessão para a beatificação tem de acontecer após a morte. Para a canonização requer-se que o milagre aconteça depois da beatificação. A imprensa italiana e polaca têm dado destque ao apelo dos fiéis para a canonização do Papa João Paulo II. A junta a isto, têm sido milhares as cartas que durante estes dias prévios ao Conclave foram chegando ao Vaticano contando milagres atribuídos ao falecido Papa. O próprio cardeal Arcipreste da Patriarcal Basílica Vaticana, D. Francesco Marchisano, afirmou ter sido curado há cinco anos atrás por João Paulo II. As leis da Igreja prevêem que a abertura de uma causa comece cinco anos depois da morte da pessoa. O Papa, contudo, tem a autoridade para eximir do cumprimento das leis destes processos: foi o que fez João Paulo II no caso de Madre Teresa de Calcutá.