Prostituição na região de Braga preocupa D. Jorge Ortiga

O Arcebispo Primaz mostrou- se preocupado com o aumento dos casos de prostituição na região de Braga, referindo que «a mulher continua a ser objecto de compra e venda ao serviço do prazer». Na conferência quaresmal, proferida na passada quarta-feira, na igreja de Santa Maria de Ferreiros, em Amares, D. Jorge Ortiga também disse que «a dignidade da mulher é colocada em causa através da publicidade, visível em certos cartazes e produtos» mais ou menos visíveis em toda a cidade. Falando aos cerca de 100 fiéis presentes no templo amarense, o prelado começou por sublinhar «o escândalo das ofensas à dignidade da mulher que podem ocorrer na casa ao lado» e que «não merecem da nossa parte uma atenção mais efectiva». Na véspera do Dia da Mulher, celebrado ontem em todo o mundo, o Arcebispo Primaz lembrou a presença de mulheres que, oriundas de outros países, «chegam enganadas a Portugal, com promessas de um trabalho digno, e o que lhes está reservado é o mundo da prostituição». “Coragem de descobrir as solidões das nossas famílias” foi o tema da conferência da passada quarta-feira, uma oportunidade aproveitada por D. Jorge Ortiga para reafirmar que «o problema da prostituição deveria inquietar as comunidades cristãs» e que «a Igreja deveria ser capaz de intervir para mudar esta situação». Além disso, o prelado bracarense também apelou a uma atenção especial para com as crianças. «Hoje, é maravilhoso o que se diz a respeito dos direitos das crianças. Mas, que tipo de futuro estamos a construir para os mais novos», questionou, constatando que, agora, «nos alarmamos com o que está a acontecer nas escolas». «Temos a obrigação de oferecer aos mais novos um mundo melhor, sem exagerar, no entanto, nos mimos, educando com realismo e dedicação», explicou o Arcebispo Primaz, que, parafraseando o Papa João Paulo II, propôs que o processo de formação dos mais pequenos incidisse na vertente material, activa, educativa e espiritual. «Importa que as crianças tenham o necessário para viver, mas assiste-se hoje a uma disponibilização de coisas desnecessárias, o que deve merecer a nossa atenção. Além disso, é preciso que os pais e educadores cultivem a capacidade de escuta, com carinho e ternura, ao invés de dar coisas para que as crianças se calem», referiu D. Jorge Ortiga, que convidou os progenitores a construírem uma cultura de exigência. «Ao pensar-se nas solidões das nossas famílias também temos que colocar no centro das nossas preocupações os mais idosos. Infelizmente, começa a institucionalizar-se a exclusão dos idosos: muitos filhos encaram o pai ou a mãe como um “peso” inútil. Urge redescobrir a solidão dos mais velhos, reconhecendo que têm algo de muito importante a dar às nossas vidas», sustentou o prelado. «Talvez nos incomodem quando comem à mesa, porque já não se comportam como deveriam, ou talvez nos impeçam de sair ao fim-de-semana. Mas, isso não nos confere o direito de os esquecermos», afirmou D. Jorge Ortiga, que ainda teve tempo para se reportar à «mentalidade contrária à vida que afecta muitas famílias». “O segredo da solidariedade activa” é o tema da próxima conferência quaresmal, que se realiza na próxima quarta-feira, dia 14 de Março, às 21h00, na igreja de Santa Maria de Ferreiros, em Amares.

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