Promover a doação de órgãos

Conclusões do XXII Encontro Nacional da Pastoral da Saúde

1 – A Igreja acompanha o programa científico e técnico que na medicina e na saúde, tem permitido, através da transplantação, dar mais saúde e mais vida, com mais qualidade de vida a muitos doentes que, sem esta intervenção, teriam uma saúde muito limitada.

2 – Os Papas, sobretudo João Paulo II e Bento XVI afirmaram a transplantação de órgãos como testemunho de caridade e, ao mesmo tempo a doação altruísta como fundamental para uma correcta concepção da vida, porque se faz da própria vida uma oferta para os outros.

3 – A missão da Pastoral da Saúde é acompanhar os doentes e as suas famílias, sobretudo nos momentos de maior dificuldade e dar apoio aos profissionais de saúde na sua actividade clínica, sempre que estes lho peçam em ordem ao melhor bem-estar da pessoa doente.

4 – O acto de amor que se exprime na doação de órgãos vitais, é também um autêntico testemunho de caridade, para que cresça sempre a vida e, por isso, “o caminho a seguir é a disseminação e a formação de uma cultura de solidariedade que esteja aberta a todos e não exclua ninguém”.

5 – A Pastoral da Saúde reconhece o trabalho exaustivo que se está a fazer em Portugal para responder, em muitas áreas, ao progresso da medicina em ordem aos transplantes de órgãos, o que tem permitido a salvação, a saúde e a qualidade de vida, a muitos milhares de pessoas.

Tendo em consideração estes pressupostos, a Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, com os 600 participantes neste Encontro Nacional, propõe-se:

1.º – Apoiar a reflexão, nas comunidades cristãs, escolas, paróquias e movimentos, sobre a cultura da solidariedade que convida à doação de órgãos, quer em vida, quer pós morte, como forma privilegiada de caridade; de facto, a missão educativa que pertence à Igreja contempla também a educação para a saúde e a educação para a solidariedade, mesmo neste significativo dom da vida, a dádiva de órgãos.

2.º – Elaborar material de informação que dê notícia das muitas situações clínicas em que a transplantação de órgãos proporciona às pessoas que eram doentes quer a cura das suas limitações quer a qualidade de vida que sempre desejaram ter; este material será depois posto à disposição das comunidades cristãs, que querem colaborar na difusão da ideia de que a doação de órgãos é expressão privilegiada da solidariedade.

3.º – Sugerir aos núcleos paroquiais da Pastoral da Saúde já presentes em muitas comunidades cristãs que criem grupos de dadores de sangue e, simultaneamente, grupos que se proponham estudar as situações em que muitas pessoas se podem tornar dadores de sangue e dadores de órgãos em vida ou depois da morte; que se sensibilizem as populações para a doação de órgãos numa sociedade que se quer solidária.

4.º – Valorizar o papel dos capelães e outros agentes de assistência espiritual e religiosa, nos hospitais e centros de transplante, em diálogo interdisciplinar com as equipas técnicas e participando, nomeadamente, no apoio espiritual e humano a dar aos doentes em proximidade de transplante, às suas famílias e, ainda, aos dadores de órgãos quando necessário, sabendo que razões da natureza espiritual e religiosa podem, por vezes, ajudar a vencer dificuldades infundadas quer quanto à transplantação, quer quanto à doação de órgãos.

5.º – A terminar, a Pastoral da Saúde e a Autoridade do Serviços de Sangue e de Transplante, congratulam-se com a colaboração com que trabalharam na organização deste XXII Encontro Nacional da Pastoral da Saúde e congratulam-se também com a actividade que em conjunto querem desenvolver para criar em Portugal uma nova mentalidade, no campo da doação de órgãos, uma autêntica cultura de solidariedade.

Agradecemos ainda ao Santo Padre Bento XVI as grandes lições que nos deu, no que se refere à visão cristã da doação de órgãos, do programa científico neste campo e da atitude que as comunidades cristãs devem ter perante este testemunho privilegiado da caridade.

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