Profissionais de sáude são «formadores sociais»

36 alunos terminaram ontem a sua licenciatura em enfermagem. Jovens da Escola Superior de Enfermagem S. Francisco das Misericórdias que este ano concluiu a sua VII licenciatura nesta área. Teve lugar na na Igreja do Seminário da Ordem Franciscana, em Lisboa, uma cerimónia religiosa que encerra, oficialmente, o curso. João Paulo Nunes, director da escola assume a alegria mas a grande responsabilidade institucional, uma vez que “a instituição escola tem uma missão social”, que o director herdou desde as fundadoras Franciscanas Missionárias de Maria, “uma herança de formação qualitativa e humana”. Esta será a grande referência de um ensino ligado à União das Misericórdias Portuguesas. Qualidade técnica e científica e humanidade “pela presença humana, pela responsabilidade ética, na cordialidade do relacionamento com as pessoas e na atenção a elas demonstrada”, aponta o director que adianta que “as pessoas procuram-nos porque conhecem a nossa história com um património que se prepara para comemorar 60 anos”. A formação académica não basta. “Há que agir consoante o património que nos é atribuído e exigido também”. Os profissionais formados na Escola Superior de Enfermagem S. Francisco das Misericórdias “são pessoas livres e maduras que manifestam uma compreensão por estes valores e os põem em prática nos locais de trabalho” explica João Paulo Nunes. A grande preocupação é prestar uma formação “pedagógica, sistemática, de grande proximidade com os alunos, para que eles de forma autónoma e espontânea, percebam a riqueza destes valores na sua vida profissional”. Esta é uma atitude valorizada também “pelas entidades empregadoras”, garante o director da Escola. Os profissionais de saúde assumem uma grande importância na sociedade actual. João Paulo Nunes acredita que estes deixaram de ser visto como “prestadores de cuidados, para serem encarados como formadores sociais”, porque se transmitem “critérios de vida”. Nesse sentido cabe às instituições de formação, em espaço próprio, “promover consciência crítica”, assume o director acrescentando que o “enquadramento humano na profissionalização é um factor determinante de competências”. A vasta área da saúde assume um amplo destaque na sociedade actual. O referendo ao aborto e a regulamentação da legislação, o fecho de estabelecimentos hospitalares, a reforma do Serviço Nacional de Sáude são apenas alguns exemplos. O director da Escola acredita que os enfermeiros “são agentes que ajudam a conscientizar a sociedade para uma série de problemas”. Em altura de campanha do referendo ao aborto, em Fevereiro último, a Escola Superior de Enfermagem S. Francisco das Misericórdias organizou um seminário com todo o seu universo escolar, onde “de forma livre e descontraída se escutaram várias sensibilidades, com o objectivo de criar uma consciência crítica”, recorda o director. Anualmente a Escola recebe 70 candidatos à licenciatura em Enfermagem, abrindo dois cursos por ano lectivo – em Setembro e em Março. Assim, no início do ano lectivo, mais 35 jovens se vão juntar aos cerca de 3500 profissionais de saúde que a Escola Superior de Enfermagem S. Francisco das Misericórdias formou.

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