Procissão de S. Gualter junta associações de Guimarães

A Irmandade de S. Gualter volta a realizar este ano, a 7 de Agosto, a procissão de S. Gualter, depois de no ano transacto ter retomado a organização do cortejo litúrgico que esteve 30 anos sem se realizar. Integrada nas Festas da Cidade e Gualterianas, que decorrem de 5 a 8 de Agosto, a procissão de S. Gualter vai contar com a participação das associações religiosas, civis e políticas mais representativas de Guimarães. Para o provedor da Irmandade de S. Gualter esta é uma forma de estreitar os laços entre todas as organizações da cidade. «Queremos fazer sentir que esta procissão não é da Irmandade de S. Gualter mas sim de Guimarães», disse ontem o provedor Monteiro de Castro, na apresentação da procissão. A Irmandade de S. Gualter quer que a procissão seja «uma demonstração de fé, de unidade de Guimarães e de ligação da cidade com o seu padroeiro, um padroeiro muitas vezes esquecido». Além de juntar as associações concelhias, outra das novidades da procissão prende-se com a presença do busto-relicário de S. Gualter que sai na procissão acompanhado pelos irmãos da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco de Guimarães. A componente religiosa das Festas Gualterianas começa no dia 7 de Agosto, pelas 11h00, com uma missa na igreja dos Santos Passos que será presidida pelo Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga. A celebração será solenizada pelo Grupo Coral de Azurém e, pela primeira vez, transmitida em directo na TVI. O busto-relicário de S. Gualter estará exposto junto à Fonte Santa, em Urgeses, de onde sairá, às 16h30, o primeiro corpo da procissão conduzido pelos escuteiros de Urgeses até à igreja dos Santos Passos. Paralelamente, nesta igreja, é rezado o terço e feito o sermão com a presença de um padre franciscano. A saída da procissão de S. Gualter está marcada para as 17h00, devendo percorrer o Campo da Feira, Alameda, Rua da Rainha, Largo da Feira, voltando ao Campo da Feira e recolhendo depois na Igreja dos Santos Passos. O padre Armando Freitas destacou a vontade da Irmandade de S. Gualter em retomar a procissão depois de uma paragem de três décadas. «Durante esse tempo celebrava-se apenas uma missa. O ano passado foi um ano de arranque da procissão e o povo recebeu o padroeiro com apoteose e sentimos que este ano tínhamos o dever de transmitir mais uma vez esta pastoral cultual», disse. Este ano, a Irmandade vai procurar envolver todas as paróquias do burgo vimaranense. «Pedimos a todos os párocos para participarem de forma activa e intensa. Nesta altura de muitas dificuldades e carências, queremos que a procissão constitua uma aproximação ao amor», frisou o mesmo sacerdote, que é Arcipreste de Guimarães e Vizela. Para fazer face à dificuldade de encontrar figurantes para a procissão, este ano a Irmandade de S. Gualter conta com o apoio de várias paróquias do arciprestado e com o Colégio de Nossa Senhora da Conceição. Irmandade reclama mais apoios Na apresentação do programa religioso das Gualterianas, o provedor aproveitou para agradecer o apoio da Câmara de Guimarães, que através da “Oficina” vai custear a banda de Samora Correia que vai integrar a procissão. Ainda assim, Monteiro de Castro falou na falta de apoios oficiais às iniciativas religiosas em que a instituição participa. «Custa a aceitar que nas cerimónias da Quaresma, nomeadamente na Procissão de Lázaro que movimenta muitos milhares de pessoas, não tenhamos recebido apoios quase nenhuns», disse. O provedor referiu que, ao contrário de outras instituições com serviços sociais e com fundos por parte de entidades oficiais, a Irmandade de S. Gualter tem poucos recursos. Monteiro de Castro adiantou que as receitas da Irmandade limitam-se às recolhas feitas no dia da procissão, daí as dificuldades em elaborar um programa mais ousado. «Este ano, a Câmara de Guimarães foi mais sensível e ajudou-nos em relação à banda de música e não nos podemos esquecer que as cerimónias religiosas são parte integrante das festas da cidade », disse.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top