Processo de Canonização dos pastorinhos chega ao Vaticano

Cerimónia de clausura do processo de canonização realizou-se hoje em Fátima O estado de saúde frágil de João Paulo II, que é “muito grato aos Pastorinhos”, poderá fazer acelerar o processo na Cúria Romana, reconheceu o vice-postulador para a Causa da Canonização dos Beatos Francisco e Jacinta Marto, Pe. Luis Kondor, dia 15 de Novembro, em Fátima, na cerimónia de clausura do processo de canonização pelo Tribunal Diocesano de Leiria-Fátima. Depois deste acontecimento, o Pe. Luis Kondor partiu para Itália onde terá uma audiência prevista com João Paulo II, na terça-feira, que está a acompanhar de perto todos os procedimentos que podem levar ao culto universal dos beatos Francisco e Jacinta Marto. Caso se realize a reunião, “vou levar o processo para ele o abençoar”, e só depois os documentos deverão ser entregues na Congregação para a Causa dos Santos, cujo Prefeito é o cardeal português D. José Saraiva Martins. “Tanto o Santo Padre como o Prefeito desejavam que o processo fosse concluído rapidamente”, explicou o padre Kondor, mostrando-se confiante na aprovação pela hierarquia de um milagre em que um bebé português terá sido curado de diabetes pela intercessão dos videntes, depois de várias orações da família. O bebé, residente em Lausanne (Suíça) terá sido curado durante as cerimónias da beatificação dos Pastorinhos, em Maio de 2000, depois de várias “orações de familiares” que “fizeram grandes promessas”, pedindo o fim da doença, salientou o vice-postulador. Agora, visto que este processo “é muito normal e muito simples”, já que envolve apenas oito testemunhas e os relatos médicos “são claros” quanto à doença e à cura, Luís Kondor espera antecipar a publicação do milagre pelo Vaticano, que noutros casos pode demorar um ano. Confrontado pelos jornalistas, Luís Kondor negou que fosse fazer qualquer convite a João Paulo II, para que presidisse em Maio próximo à cerimónia de canonização no Santuário, remetendo para o Bispo de Leiria-Fátima ou para a Conferência Episcopal Portuguesa esse papel. Contudo, D. Serafim Ferreira e Silva, Bispo de Leiria-Fátima, frisou que João Paulo II “não precisa de ser convidado” para vir ao Santuário, salientando que o Papa lhe havia dito que “tinha o corpo doente” mas “tinha muita força de vontade”. Sobre a cura que “ultrapassa a medicina”, Sebastião Barba, perito médico do Tribunal Diocesano, salientou que os relatórios que foram incluídos no processo confirmam, “sem margem para dúvidas”, que a criança foi curada da doença de diabetes e deixou de estar dependente de injecções regulares de insulina. Para o exame das curas que se “apresentam como milagres, existe junto da Sagrada Congregação um grupo de peritos em medicina” – afirma o Código de Direito Canónico. Na cerimónia de hoje no Santuário de Fátima, o Tribunal Diocesano concluiu a recolha de informações sobre a cura milagrosa do bebé, e foram seladas duas pastas com 127 páginas cada, que serão levadas para Roma. No período temporal entre a abertura (13 de Outubro) e a clausura (15 de Novembro) do processo para a canonização de Francisco e Jacinta o Tribunal realizou oito sessões e ouviu oito testemunhas. É uma fase que se pode considerar de “instrumental”, com apresentação dos factos e organização “burocrática” do processo. Depois de entregue a documentação à Congregação para as Causas dos Santos compete a esta, à qual preside D. José Saraiva Martins, auxiliado pelo Secretário, “tratar do que respeita à canonização dos Servos de Deus, e ainda auxiliar os Bispos com o seu conselho e indicações na instrução das Causas, quer estudando-as aprofundadamente, quer finalmente dando o seu voto” – realça o Código Direito Canónico.

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