Prisões: Igreja e sociedade devem evitar dar «empurrão final» a quem se abeira da marginalidade – padre João Gonçalves

Lisboa, 22 fev 2018 (Ecclesia) – O coordenador nacional de Pastoral Penitenciária em Portugal, padre João Gonçalves, disse esta quarta-feira em Lisboa que a Igreja e a sociedade devem evitar dar um “empurrão final” a quem está à beira de tornar-se um “marginal”.

O sacerdote falava na apresentação do livro ‘O Padre das Prisões’, de Inês Leitão, que decorreu na Livraria Ferin.

Para o sacerdote, penas demasiado longas “significam desistir das pessoas”, considerando que as mesmas não devem ser julgadas apenas por “um crime” ou por um dia menos feliz.

Inês Ferreira Leite, professora de direito penal, falou aos presentes da necessidade de valorizar um tema ” muito escondido”, alertando para o que designou de “populismo” penal.

“Quem é condenado por um crime não é um monstro, necessariamente”, advertiu.

Para a especialista, quando um crime acontece, alguém falhou, mas “a sociedade, o meio próximo daquela pessoa, também falhou”.

Nesse sentido, convidou a “julgar o facto sem julgar definitivamente a pessoa”.

Perante cerca de meia centena de pessoas, a autora do livro, Inês Leitão, declarou que o trabalho que levou à elaboração de um documentário sobre o ‘Padre das Prisões’ e ao livro homónimo a ajudaram a “compreender o que é perdão, colocar-se no lugar do outro”.

“Falar sobre as prisões é uma urgência, porque temos prisões más”, defendeu a autora.

A obra tem a chancela da Editorial «Cáritas».

Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, disse que a organização católica “teve a honra” de assumir a publicação, que aborda a experiência deste “padre e cidadão”.

OC

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Agência ECCLESIA

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