Responsáveis pela Pastoral Penitenciária abordaram a questão no seu encontro nacional, em Fátima
Fátima, Santarém, 09 Fev (Ecclesia) – O responsável da Igreja Católica pela coordenação do apoio aos reclusos garantiu que não vai faltar apoio espiritual nas prisões, mesmo que os capelães não recebam qualquer remuneração por parte do Estado.
“Estamos, quer se receba, quer não se receba, porque vamos anunciar Jesus Cristo, ponto um, encontrá-lo nos presos, ponto dois” sublinhou o padre João Gonçalves, coordenador da Pastoral Penitenciária, em declarações à ECCLESIA, esta terça-feira, 8 de Fevereiro, à margem do VII Encontro Nacional da Pastoral Penitenciária, que decorreu em Fátima.
Confrontado com esta questão pelos jornalistas presentes, o sacerdote da diocese de Aveiro precisou que “todas as prisões do país têm capelão”, apesar de “só sete ou oito estarem a receber um ordenado”.
“Não se pode dizer que sejamos assim um peso nas finanças do país”, disse o padre João Gonçalves.
Aquele responsável, que também desempenha a função de capelão no Estabelecimento Prisional de Aveiro, ressalva que os ordenados se justificam “por uma razão muito simples: há um direito que os reclusos têm em serem atendidos”.
“Quem presta este direito, cívico, social, que o Estado tem a obrigação de garantir, quem lá vai, tem todo o interesse em ser remunerado”, concluiu.
A questão foi abordada ainda pelo presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, o qual falou numa “atitude de renúncia”.
No encontro nacional, acrescenta o bispo auxiliar de Lisboa, abordou-se a possibilidade de “desligar o acompanhamento espiritual e religiosa da remuneração aos capelães”.
PTE/JCP/OC