Primeiras decisões do Bispo do Porto

No dia em que preside a ordenações na Diocese (a primeira vez, nos últimos 50 anos, em que não se inclui nenhum sacerdotes diocesano), as decisões de D. Manuel Clemente NOTA PASTORAL Tendo ouvido os párocos das 34 vigararias da Diocese, bem como outros responsáveis por sectores e serviços diocesanos, assim como algumas personalidades ligadas à administração e desenvolvimento da nossa região, apresento agora aos diocesanos alguns pontos de avaliação genérica, com incidência pastoral. 1. A diocese do Porto inscreve-se numa região do país em grande mutação de sociedade e cultura, com fortes movimentos populacionais, de imigração para os centros urbanos e emigração por motivos laborais; estes movimentos trazem graves consequências para a vida familiar e para a integração social. A constituição das famílias, a educação dos filhos e o acompanhamento dos idosos encontram grandes dificuldades. 2. Neste contexto, as comunidades cristãs sofrem com a desestruturação da base social e cultural em que assentavam. A iniciação cristã estava-lhe muito ligada, porque pontuava o crescimento religioso e cívico, em esquema de “cristandade” global. Hoje isso não acontece, por não haver tal coincidência entre a comunidade cristã e a comunidade social e porque muitos dos que procuram eventualmente as paróquias nem tiveram iniciação cristã propriamente dita, nem estão em situação “regular”, face à lei da Igreja. 3. A Diocese do Porto conta com um clero muito aplicado e generoso, mas sem possibilidades de acompanhar por si só todo o serviço paroquial e o mais que é necessário à pastoral diocesana, sobretudo em termos de “nova evangelização”. Três centenas e meia de presbíteros incardinados, com uma média etária alta, e um escasso número de diáconos permanentes, não poderão só por si responder às necessidades. Felizmente, a Diocese conta com milhares de leigos comprometidos nos diversos sectores pastorais e, nalguns casos, com formação à altura. Conta também com a generosa participação de vários institutos religiosos e seculares e com a aplicação e o dinamismo de associações e movimentos, de fundação antiga ou recente. 4. Neste quadro, parecem prioritárias algumas linhas de actuação, tais como: reforçar a pastoral de conjunto; corresponsabilizar ainda mais os vários agentes da pastoral, clérigos e leigos, desenvolvendo a formação para o diaconado e os ministérios; incrementar a formação a todos os níveis; intensificar a pastoral vocacional; acompanhar de perto os padres, diáconos e leigos comprometidos na pastoral; olhar mais criativamente as novas fronteiras da evangelização, na sociedade e na cultura; agilizar os serviços de apoio à pastoral e redefinir eventualmente a quadrícula diocesana (regiões pastorais, vigararias…). Creio que estes pontos, complementados com a reflexão e a partilha que havemos de prosseguir nas várias instâncias diocesanas, nos conduzirão no próximo ano pastoral até algumas linhas programáticas mais definidas e operativas. Assim o pedimos ao Espírito Divino e à Mãe da Sabedoria. Domingo, 8 de Julho de 2007 + Manuel Clemente (Bispo do Porto)

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