D. Manuel Clemente recordou também novos santos João Paulo II e João XXIII
Fátima, Santarém, 29 abr 2014 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Manuel Clemente, inaugurou hoje em Fátima a 184.ª assembleia plenária do organismo, evocando os 40 anos do 25 de Abril.
“A nossa gratidão aos obreiros da democracia portuguesa tem de acrescentar-se com o empenho permanente no seu reforço, em tudo e para todos”, afirmou.
Segundo o patriarca de Lisboa, a Revolução de 1974 “possibilitou a instituição do regime democrático em Portugal” e respondeu a anseios manifestados pelos responsáveis cristãos.
“Na verdade, quer no programa do Movimento das Forças Armadas, quer na Constituição de 1976, encontramos uma geral consonância com o que a própria Conferência Episcopal Portuguesa tinha referido na Carta Pastoral de 4 de maio de 1973”, no décimo aniversário da ‘Pacem in Terris’, documento de São João XXIII.
“Sendo verdade que os bispos portugueses tinham bem presente a situação do país em 1973, temos de concluir, agora nós em 2014, que muito se fez entretanto e na esteira da Revolução de Abril para responder às lacunas referenciadas”, declarou ainda.
O presidente da CEP notou quem, no atual “condicionalismo socioeconómico e cultural”, ainda há trabalho a fazer para que sejam “definitivamente ultrapassadas” as dificuldades que o país enfrenta.
Evocando a canonização dos Papas João XXIII (1881-1963) e João Paulo II (1920-2005), no domingo, o patriarca de Lisboa deixou uma referência particular ao início do Concílio Vaticano II (1962-1965).
“Tais imagens, que retemos na memória e no coração, bem como tudo o referente ao ‘Bom Papa João’, são para nós uma lembrança sempre motivadora, para uma herança conciliar ainda em fase de receção e pleno cumprimento”, referiu.
De Karol Wojtyla, o patriarca de Lisboa evocou “memórias mais próximas, tanto no tempo como na geografia”.
“De tudo ressalta a força da sua contagiante convicção e o grande impulso para a ‘nova evangelização’ que igualmente queremos levar por diante, na centralidade de Jesus Cristo ‘Redentor do homem’, para o recebermos assim”, acrescentou.
O presidente da CEP deixou votos de que estas duas figuras da Igreja inspirem a “renovação da pastoral da Igreja em Portugal”.
A reunião começou ainda com uma homenagem a dois bispos falecidos desde a última assembleia plenária, D. Joaquim Gonçalves, que foi bispo de Vila Real, e o cardeal D. José Policarpo, que foi patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa “em vários e marcantes mandatos”.
D. Manuel Clemente saudou D. Manuel Linda, bispo das Forças Armadas e de Segurança, a quem desejou “as maiores felicidades neste importante serviço, que conjuga, com a devida autonomia dentro dum Estado secular e democrático, duas instituições centrais da sociedade portuguesa”.
O presidente da CEP destacou ainda, nos pontos de agenda desta assembleia plenária, a reforma dos Manuais de Educação Moral e Religiosa Católica.
“Desejamos colaborar na construção duma sociedade que, sendo plural, deve contar com a contribuição de cada uma das partes que inclui, mormente quando se trata do legado vivo da tradição católica, tão presente na vida nacional e decerto das gerações passadas para as presentes e futuras”, explicou.
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