Presidente da CEP espera mais cooperação entre Igrejas lusófonas

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) traçou ontem, no arranque do VI Encontro das Igrejas Lusófonas, que termina no dia 9 de Setembro, em Moçambique, os objectivos gerais do evento. A sessão solene de abertura, que decorreu nas instalações do Seminário Interdiocesano de Matola, nos arredores de Maputo, congregou, para além dos representantes das conferências episcopais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal (Timor e São Tomé e Príncipe não participam), a ministra da Justiça, que tem a tutela as religiões; a Governadora da província de Maputo; e representantes do corpo diplomático. No seu discurso, D. Jorge Ortiga sublinhou espontaneamente a alegria de continuar a anunciar Cristo como Boa Nova para um humanismo integral. Em relação à organização da iniciativa, o prelado referiu que «tudo é feito através da mesma língua, sem imposição de modelos culturais, e em colegialidade», caracterizando a promoção do evento como «sinodal», já que «o caminho foi percorrido de forma conjunta». De seguida, o Arcebispo de Braga delineou os três grandes objectivos do Encontro: «aprender, partilhando experiências, alegrias e perplexidades; concretizar uma colaboração efectiva através de pessoas e meios; e intuir os anseios dos povos simples para lhes dar voz, numa proposta de predilecção pelos mais pobres e numa Igreja que ser “serva” da humanidade». Por seu turno, o Arcebispo da Beira e presidente da Conferência Episcopal de Moçambique recordou os grandes missionários — São Francisco Xavier e São João de Brito — que pisaram aquele país africano e a primeira Eucaristia celebrada na ilha de Moçambique. Numa caracterização da realidade eclesial, D. Jaime Gonçalves referiu também que o país se divide em 30 por cento de católicos e 43 por cento de seguidores de religiões tradicionais. A Igreja Católica conta com 12 dioceses e 17 bispos, 553 sacerdotes e mais de mil religiosos. Realçando à importância do momento histórico presente, o prelado salientou «a tarefa de partilhar as tristezas e angústias dos povos e Igrejas como uma acção crucial na promoção da justiça e da paz». De seguida, a Ministra da Justiça de Moçambique formulou votos de êxito, «não por mero formalismo», mas «por um sincero reconhecimento do papel das Igrejas na construção da paz». A responsável governamental disse mesmo que «sem a Igreja Católica a paz em Moçambique não teria sido possível». Depois da cerimónia de abertura do Encontro, os prelados partilharam alguns aspectos da realidade de cada uma das conferências episcopais presentes A iniciativa prossegue hoje com uma concelebração, na Sé Catedral de Maputo, presidida pelo Cardeal Geraldo Agnello, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Arcebispo de São Salvador da Baía, que, no final da Eucaristia, apresenta aos bispos lusófonos uma nota pastoral daquele país sul-americano — “A verdade vos libertará” —, na qual se salienta que «a actual crise está levando o povo ao descrédito da acção política ».

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