Acção inédita de sensibilização ajuda padres e fiéis na conservação do património religioso Um projecto inovador está a surgir pelas mãos de dois finalistas do curso de Conservação e Restauro do Instituto Politécnico de Tomar. Os dois futuros profissionais do restauro andam a percorrer as vigararias da diocese de Leiria-Fátima com uma acção de formação de conservação de património religioso, mas principalmente de sensibilização para os cuidados a ter com o património que existe na igrejas portuguesas. “Despertar para o Património” tem como principal objectivo “a sensibilização, mas ensinamos também alguns truques para preservar o património que cada terra têm”, explica Samuel Pereira à Agência ECCLESIA. Juntamente com a sua colega, Joana Gândara, sugeriram à Comissão Diocesana de Arte e Património Cultural e ao Museu de Arte Sacra, dos Missionários da Consolata, em Fátima, a organização de um projecto de sensibilização. Párocos, comissões paroquiais e paroquianos são os principais destinatários, mas “todos que se interessam por esta área, de uma maneira geral, podem participar na acção de formação”. O principal problema que os estudantes de Conservação e Restauro encontram é na limpeza. Há a tendência de “fazer sem saber como”. Numa escultura, por exemplo, que tem a tinta a cair “há a tendência de limpar, quando não se devia”. Outro caso comum é a humidade nas igrejas e por isso, por vezes, “encontram-se alguns desumidificadores”, sendo esta também uma atitude incorrecta. A limpeza do chão deve ter o cuidado de não danificar objectos que “através de embates” e não deve ser utilizada uma “esfregona molhada” porque aumenta a humidade nas igrejas”, exemplifica Samuel Pereira. O público manifesta-se “muito interessado” e cheio de boa vontade mas com algum “desconhecimento prático”. Os estudantes pretendem assim, aliar a boa vontade que já existe, a algum conhecimento que possam ensinar. Além da explicação prática e dos truques “explicamos também o porquê de procederr assim”, facto que é bem acolhido. O restauro é “dispendioso” e não havendo possibilidades de proceder a esse processo, fica dependente da boa vontade e de “alguns fundos que se consegue angariar”, suscita Samuel Pereira. A sensibilização para a preservação “é mais barata e gera menos problemas”. Samuel Pereira sublinha a importância de as pessoas estarem sensibilizadas para as questões do património até porque, o estudante assim acredita, “as igrejas vão ver crescer os turistas interessados na arte sacra “do ponto de vista cultural”. Este projecto, que conta com o apoio da Comissão de Arte e Património da Diocese de Leiria-Fátima da Região de Turismo Leiria-Fátima, do Institituto Politécnico de Tomar e do Instituto Missionário da Consolata, tem contado uma boa receptividade, mesmo entre outras dioceses do país. Amanhã, dia 27, os dois estudantes estarão em Santa Eufémia. Até ao dia 1 de Junho estarão em itinerancia pela diocese de Leiria-Fátima, encerrando as acções em Santa Catarina.