Presépios do Mundo em exposição em Fátima

Com especial destaque para os presépios, o Museu de Arte Sacra e Etnologia de Fátima, prepara nesta época uma actividade especial. Vai já na sua 6ª edição, a tarde de poesia natalícia, que congrega crianças estimuladas através das figuras do presépio a escreverem poemas neste tempo, inspiradas nestas obras. A juntar-se à poesia, vem a música. O Museu tem uma sala, a chamada sala da Natividade, onde expõem vários presépios cuja concepção remonta ao Século XVI e se estende até ao Século XX. O Nascimento, imagens representativas da infância de Jesus Cristo, a paixão, morte e ressurreição são os grandes temas. Mas a variedade não fica por aqui. “Em altura das Missões, procuramos dar destaque a peças etnográficas, sendo que algumas foram sendo trazidas pelos missionários espalhados pelo mundo”, regista à Agência ECCLESIA, o director do Museu, Gonçalo Cardoso. Em algumas salas estão dispostas “imagens de Cristo e crucifixos, originários do Séc. XIV até aos nossos dias”, afirma o director. Noutra sala ainda, está reservada à missionação, com destaque para objectos que os primeiros missionários trouxeram do Oriente e dos encontros com outras culturas. Na etnologia encontram-se vários objectos de vários povos, com quem especificamente os missionários da Consolata trabalham. Peças do Quénia, da Tanzânia e dos índios do Brasil estão disponíveis para serem visitados. “Os objectos estão intimamente ligados à cultura de cada país”, salienta Gonçalo Cardoso, sendo perceptível para os visitantes através das descrições que as acompanham assim como através de fotografias que ilustram o contexto das peças. Moçambique, Angola, Tanzânia, Quénia, Brasil, Peru, México, Filipinas, Guiné-Bissau, Espanha, Itália e China deram objectos que aqui se podem encontrar. “Os presépios são no fundo já fruto dessa missão que os homens foram fazendo”, sublinha o Director do Museu. Isto nos materiais que os povos estão habituados a trabalhar que diferem de cultura para cultura, com cores e vestes diferentes entre si. Gonçaolo Cardoso lembra um presépio africano no Museu que com “toda uma fisionomia tipicamente africana”. Há depois objectos que actualmente ainda são utilizados, quer de adorno, quer de uso quotidiano. “Em África é usual o presépio ser construído em ébano ou pau preto, nas Filipinas usam mais o bambo”, dá conta Gonçalo Cardoso, lembrando também “um presépio Indo-português feito de marfim, outro inca em que o autor peruano substituiu a vaca e o burro por veados”. Aqui as vestes de Maria e José são vestes tipicamente incas, “e usam tranças, indo assim ao encontro da cultura e tradição típica de cada país”, acrescenta o Director. É natural que nesta altura do ano, os presépios sejam mais procurados. Por isso o Museu aposta nesta altura em alguns destaques, nomeadamente sobre a natividade. Fazem também exposições temporárias de presépios que estão em reserva”, relembra o director ao evocar uma exposição passada, “Presépios do mundo”. Não podendo expor todas as obras ao mesmo tempo, dado o seu número avultado, algumas peças são guardadas em reserva e nesta altura são expostas, rotativamente ou como já aconteceu, organizando exposições temporárias ou através de empréstimos de peças para exposições em outros locais, podendo ao todo “talvez contabilizar umas duas centenas”.

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