Presente e Futuro da Família

XVIII Jornadas Teotonianas em Monção refelctiram sobre «A Familia: um desafio para o futuro» A família como célula base da sociedade, esteve em análise nos últimos dias nas Jonadas Teotonianas, em Monção. Esta iniciativa, que já vai na sua 18ª edição, teve na sua estreia uma reflexão sobre a família e passado estes anos volta-se à temática, com o objectivo de redescobrir a verdade da família assente na verdade do amor”, segundo apontou o Vigário Geral da diocese de Viana do Castelo. Estes dias de reflexão contaram com a presença de diferentes conferencistas. João César das Neves referiu-se às mudanças na instituição família, sublinhando que o que falta nos dias de hoje, é encontrar “sentido para a vida” e perceber que a família é das “coisas mais óbvias do mundo” e das mais importantes. “Extraordinário é que se tenham de fazer conferências para o proclamar”, manifestou. César das Neves acredita que a família não funciona hoje, porque “vemos tudo em termos de indivíduo” e definimos as coisas como “a soma dos elementos”. A família é uma “entidade muito frágil e exige muitos cuidados”. O conferencista apontou ainda que a família está no centro do cristianismo. Cristo é a pedra que sustenta a construção que é a família e revelou que o próprio Deus é “família trinitária”. “A família não é, nem pode ser, um desafio adiado. Não! É um desafio de hoje para a construção de um futuro melhor”, afirmou convictamente Carlos Aguiar Gomes. O presidente da Associação Famílias considera que “o futuro da humanidade passa pela família”, sendo esta um “espaço de vivência e educação de valores humanos”. Carlos Aguiar Gomes sublinhou a oportunidade para a vivência dos valores que dão fisionomia a esta “célula funcionante do amor”, do acolhimento à vida, da responsabilidade, da tolerância, do respeito mútuo, da aceitação da diferença, da solidariedade, entre outros valores que considera “estruturantes da idiossincrasia familiar”. O presidente da Associação Famílias defendeu que a vivência dos valores humanos numa família é o “primeiro, principal e insubstituível passo para uma educação familiar” rumo a uma verdadeira “comunidade de vida e de amor”. Dados demográficos para justificar o aumento urgente da taxa de natalidade, foram apresentados por Fernando Castro, Presidente da Associação Nacional das Famílias Numerosas. “Portugal, se não quiser comprometer o seu futuro, precisa de rapidamente de se tornar num país onde valha a pena constituir família e que não seja penalizador para aqueles que querem ter filhos”. Para ultrapassar a actual situação de envelhecimento populacional seria necessário “uma forte aposta na estabilidade conjugal e promover a natalidade”. Pai de treze filhos, Fernando Castro afirmou que é necessário um discurso forte para “acabar com esta treta de que a coabitação é igual ao casamento”. Apontou também que os sectores da habitação e do emprego precisam de ser trabalhados “a fim de reduzir a idade do casamento”. O Presidente da Associação Nacional das Famílias Numerosas, apoiado em estudos, defendeu que o Estado quando ataca a religiosidade ainda não percebeu que está a minar um factor determinante para a estabilidade conjugal, uma vez que, os casamentos com menos probabilidade de ruptura são aqueles cujos membros professam uma fé. Actualmente, fruto de “políticas contra a natalidade”, cuja a aprovação do aborto é mais uma, Portugal apresenta, hoje, um deficit de 50 mil bebés, o que significa que “podemos começar a fechar o pais”, afirmou. “A relação de paternidade e maternidade são valores sociais eminentes exigindo atenção e cuidados especiais” declarou o Procurador geral adjunto do Ministério Público, Francisco Maia Neto. Com especial ligação às questões das crianças e jovens em risco, o magistrado assinalou que a “família tradicional baseada no parentesco e na escolha de um cônjuge” está em mudança, “centrando-se hoje no individualismo”. A família, tem o direito à “protecção da sociedade e do Estado”, sendo este um dos seus primordiais direitos. O Magistrado do Ministério Público sublinhou a importância da “educação e a estruturação formativa dos filhos nos primeiros tempos”, implicando “apoio do Estado e da sociedade e da aceitação das famílias para investirem nessa mesma educação”. Esta educação deve ser orientada para a humildade, igualdade (não arrogância), tolerância e solidariedade, explicando que esta é “necessária para responder aos novos desafios de insegurança no emprego”. O Estado deve “ajudar a desenvolver as aptidões especiais dos jovens”, que passa pela reciclagem e adaptação dos cursos para que tenham uma efectiva “saída profissional”, assinalando ainda a urgência de uma “educação para a autonomia”. Maia Neto apontou “novas dependências” que afectam as famílias como seja o “consumismo imediato”, um gritante “individualismo” e uma abundante “permissividade”. Assinalou também que não é só o Estado/Governação que incumbem deveres, pois também a sociedade através das suas instituições, associações, voluntariado e solidariedade tem uma papel decisivo a desempenhar. Redação/Paulo Gomes

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