Pré-sínodo: Português em destaque no maior debate promovido pela Igreja Católica sobre os jovens

Cerca de 15 mil jovens acompanham encontro inédito através das redes sociais

Cidade do Vaticano, 19 mar 2018 (Ecclesia) – A língua portuguesa está em segundo lugar entre os participantes via internet na reunião pré-sinodal que o Papa inaugurou hoje, em Roma, reunindo jovens de todo o mundo.

A Santa Sé informa que cerca de 15 mil jovens se inscreveram nos seis grupos criados para este efeito na rede social Facebook (https://www.facebook.com/synod2018); cerca de 4 mil são de língua espanhola e mais de 2900 falam português.

Francês, Inglês, alemão e italiano são as outras línguas destes grupos, naquele que é o maior debate sobre a realidade juvenil promovido pela Igreja Católica nos últimos anos.

O Vaticano estuda, neste momento, as propostas enviadas pelas conferências episcopais e as mais de 221 mil respostas ao questionário que foi disponibilizado na internet, das quais cerca de 20% são relativas a não-católicos.

Os jovens são convidados a partilhar reflexões sobre a juventude e a fé, acompanhando os trabalhos da inédita reunião pré-sinodal, a decorrer até sábado, que levou a Roma mais de 300 jovens de todo o mundo, incluindo três portugueses, crentes e não-crentes.

O cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, falou da possibilidade de participação online como um “sinal dos tempos”, saudando o facto de os jovens quererem, assim, “fazer ouvir a sua voz”.

Neste primeiro dia de trabalhos, o Papa quis saudar os presentes e ouvir testemunhos de jovens dos cinco continentes, num encontro que decorreu no Pontifício Colégio Internacional ‘Maria Mater Ecclesiae’.

Dois homens e três mulheres, do Zimbabué, Estados Unidos da América, Austrália, Bélgica e Vietname, que falaram de preocupações como a violência, migrações, desagregação familiar, desconfiança perante as instituições, trabalho infantil, anúncio da fé cristã ou valorização do papel da mulher.

Angela Markas, uma católica da Austrália, filha de imigrantes caldeus, do Iraque, disse que “os jovens precisam de ser ouvidos para que a Igreja seja sempre um lugar de calor e amor”.

“Podemos acompanhá-los nas suas dificuldades e histórias, no seu discernimento vocacional, falando com coragem e sensibilidade sobre os assuntos desafiadores do nosso tempo e vendo o verdadeiro valor e importância dos jovens”, sustentou.

Mais tarde, em declarações aos jornalistas, considerou que o problema da mensagem da Igreja não está no seu conteúdo.

“A Igreja existe há dois mil anos e sempre passou a sua mensagem. Não é um problema de conteúdo, mas sim o de encontrar novas formas de falar aos jovens, esta é uma cultura que precisa de estar ligada, e temos de abordar isto. Esta assembleia é uma ótima oportunidade para isso, porque a Igreja está a ouvir”, referiu à ‘Família Cristã’.

Dos trabalhos vai sair um documento que será entregue ao Papa a 25 de março, Domingo de Ramos e Dia Mundial da Juventude, jornada que este ano é celebrada a nível diocesano.

O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia consultiva de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

Até hoje houve 14 assembleias gerais ordinárias e três extraordinárias, as últimas das quais dedicadas à Família (2014 e 2015).

OC

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Agência ECCLESIA

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