Portugal: Último ano colocou vida consagrada «na agenda da Igreja»

D. Virgílio Antunes, responsável pelo setor, destaca «realidade e riqueza» que tem de continuar a ser dada a conhecer

Cidade do Vaticano, 02 fev 2016 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, da Igreja Católica em Portugal, espera que o Ano da Vida Consagrada que hoje termina seja o princípio de uma necessária revitalização do setor.

Em entrevista à Rádio Vaticano, D. Virgílio Antunes frisa que “é preciso continuar a dar a conhecer à Igreja esta realidade e esta riqueza que ela tem no seu seio”

“Às vezes inclusivamente, vemos ideias erradas sobre o que é a consagração e sobre o modo como se vive na Igreja”, realça o bispo de Coimbra, que defende por isso a necessidade de um “testemunho” mais “efetivo” de todos os consagrados.

Que “respeitando aquilo que é a índole de cada instituto religioso”, eles “tenham a capacidade de abrir as suas casas, as suas experiências de vida comunitária, a sua espiritualidade, à globalidade da Igreja”, sustenta o responsável católico.

A crise de vocações é um dos grandes desafios com que se debate a Vida Consagrada, com “muitos institutos” a serem “constituídos por pessoas maioritariamente envelhecidas” que já não têm capacidade para “ter uma presença tão ativa” na pastoral da Igreja e junto das comunidades.

Para D. Virgílio Antunes, as congregações têm de contrariar esta realidade através de “um trabalho muito próximo” das pessoas, “sobretudo com a juventude”, com iniciativas que privilegiem o “aprofundamento da fé, da experiência de vida eclesial”.

Só proporcionando aos mais novos o “encontro com Cristo” é que eles se “abrirão para a hipótese de uma vocação de consagração”, realça o prelado.

Sobre o Ano da Vida Consagrada, que foi lançado pelo Papa Francisco em novembro de 2014, o presidente Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios considera que o evento teve “um impacto bastante grande em muitas comunidades cristãs” e colocou “efetivamente mais a Vida Consagrada na agenda da Igreja”.

Portugal conta atualmente com mais de 6500 consagrados, distribuídos por 99 congregações femininas, 33 masculinas e 19 institutos seculares.

D. Virgílio Antunes aponta que, apesar das dificuldades, “continua a haver lugar” para esta forma de entrega de vida a Deus e cada congregação deve ter a capacidade de “entrar de novo” naquilo que fundamental na sua missão e no seu carisma.

Destaca ainda “os sinais de esperança” que representam “as novas realidades” de Vida Consagrada que têm surgido “nos últimos anos”.

“Como sabemos, ainda não estão de todo depurados e não há ainda uma história, nalguns casos, muito consistente, mas são caminhos que se estão ainda abrir, precisam de ser acolhidos”, realça aquele responsável.

RV/JCP

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