Portugal: «Tudo pode ser perdido com a guerra», alerta Comissão Nacional Justiça e Paz

Organismo católico pede fim da agressão militar, para poupar vidas

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 25 fev 2022 (Ecclesia) – A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) da Igreja Católica em Portugal lançou hoje uma Comissão Nacional Justiça e Paz, apelando ao fim do conflito militar para poupar vidas.

“Perante a tragédia a que assistimos, a Comissão Nacional Justiça e Paz quer ser eco do dramático apelo do secretário-geral das Nações Unidas, ‘em nome da humanidade’, para que o governo russo cesse a agressão militar que iniciou e que atingirá vidas inocentes e provocará outros danos incalculáveis”, refere o texto, enviado à Agência ECCLESIA.

A Rússia lançou na madrugada de quinta-feira uma ofensiva militar em território da Ucrânia, alegando a necessidade de “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional.

António Guterres, secretário-geral da ONU, recorreu hoje à rede social Twitter para sublinhar que “a proteção dos civis deve ser a prioridade número um”.

A nota da CNJP, intitulada ‘Nada se perde com a paz, tudo pode ser perdido com a guerra’, assinala que “o que até há algum tempo parecia impensável aconteceu”.

“Assistimos a uma guerra de agressão na Europa e muitos descrevem a atual situação como a pior crise de segurança na Europa desde o final da Segunda Guerra Mundial. Parece que há quem não tenha ainda aprendido as lições da História”, lamenta o organismo católico.

O documento cita as palavras de Pio XII na sua radiomensagem de 24 de agosto de 1939: “É com a força da razão, não com a das armas, que a Justiça progride. E os impérios que não são fundados sobre a Justiça não são abençoados por Deus. A política emancipada da moral atraiçoa aqueles mesmos que a desejam. O perigo é iminente, mas ainda há tempo. Nada se perde com a paz. Tudo pode ser perdido com a guerra”.

Na verdade, esta guerra vítima em especial o povo ucraniano, mas com ela todos perderão, até os que não estão diretamente envolvidos no conflito”.

A CNJP apela a todos os atores políticos para que não deixem de tentar vias diplomáticas que “permitam uma solução pacífica do conflito, no respeito do direito internacional”.

“Manifestamos a nossa solidariedade para com o povo ucraniano (a começar pelos imigrantes que muito têm contribuído para o progresso do nosso país) e apelamos aos governos e sociedades que se empenhem na ajuda humanitária às vítimas do conflito, nela incluindo o acolhimento de refugiados”, acrescenta a nota.

A CNJP, organismo de leigos católicos ligado à Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), une-se ao apelo do Papa Francisco à “oração e ao jejum, pela paz e pela Ucrânia”, no próximo dia 2 de março, Quarta-Feira de Cinzas.

A CEP também se associou, esta quinta-feira, à jornada de jejum pela paz convocada pelo Papa.

“Face à iminência da guerra na Ucrânia, o Papa Francisco apelava a que se fizessem todos os esforços para que se encontrem caminhos de paz. Convidava-nos também à oração pela paz, propondo que o dia 2 de março fosse assumido por todos como um Dia de Jejum pela Paz e, para os crentes, um dia de jejum e oração”, assinalam os bispos católicos.

OC

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Agência ECCLESIA

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