Portugal: Seminários estão a transformar os espaços sociais «em areópagos modernos» – padre José Alfredo

Secretário da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios reconhece que o celibato “está posto em causa pela sociedade”

Lisboa, 13 nov 2017 (Ecclesia) – O padre José Alfredo Ferreira da Costa, secretário da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, reconhece que os seminários portugueses estão a tornar “os seus espaços sociais em areópagos modernos”.

Ao visualizar os números do ano anterior (2016/17), o padre José Alfredo Ferreira da Costa referiu à Agência ECCLESIA que os seminários maiores em Portugal “tinham cerca de 250 alunos”, onde “estão contabilizados os alunos dos Seminários Redemptoris Mater”.

“Há uma certa estabilização dos números depois de uma quebra nas décadas anteriores”, frisou.

Ao analisar o panorama atual, o secretário da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, que é também reitor do Seminário Maior do Porto, salienta que chegam “cada vez mais aos seminários vocações adultas”.

“Pedem para fazer o seu discernimento vocacional e vêm do mundo do trabalho e universitário”.

O número de ordenações “diminuiu” em relação a meados do século passado, mas, atualmente, “existem outras potencialidades nas realidades pastorais” através das comunicações móveis.

“É fundamental, as pessoas não ficarem presas à matemática dos números”, mas introduzirem “novas dimensões e potencialidades que a sociedade oferece”, acentuou o padre José Alfredo.

Nenhuma diocese em Portugal “fechou o seu seminário”, o que aconteceu é que a formação filosófica e teológica “está concentrada em Lisboa, Porto, Braga, Évora e Angra”.

A “capacidade crítica” é importante na formação sacerdotal e isso “só se consegue quando se tem uma turma com vários alunos”, disse o secretário da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios.

O celibato “está posto em causa pela sociedade”, mas o sacerdote, quando se ordena, “assume-o livremente” e por isso as relações devem ter sempre “o toque de prudência”.

Ao nível da maturidade afetiva, psíquica e sexual, as equipas formadoras procuram que os seminaristas tenham “relações equilibradas” e, hoje, “todas as equipas dos seminários têm a colaborar consigo pessoas especializadas nessas áreas”.

PR/LFS

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