Portugal: Presidente da República diz que confissões religiosas foram «exemplares» na luta contra a pandemia (c/vídeo)

«A Igreja, com a sabedoria de milénios, deu um exemplo a todo o povo português» – Marcelo Rebelo de Sousa

Foto: Agência ECCLESIA/PR

Lisboa, 31 mai 2020 (Ecclesia) – O presidente da República Portuguesa afirmou hoje que “as confissões religiosas, e os católicos de forma muito especial, foram exemplares” nas medidas que tomaram para evitar a propagação do novo coronavírus, nomeadamente a suspensão das celebrações com presença de fiéis.

“A Igreja, com a sabedoria de milénios, deu um exemplo a todo o povo português”, assinalou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas à entrada para a Missa de Pentecostes, na Sé de Lisboa.

“O povo católico sacrificou – e sacrificou assumidamente – aquilo que é uma diferença entre a fé praticada em comunidade e a fé praticada solitariamente”, acrescentou.

As celebrações religiosas com a presença física de fiéis nos templos recomeçaram este sábado, vigília de Pentecostes na Igreja Católica, após a suspensão decretada a 13 de março pela Conferencia Episcopal, por causa da pandemia de Covid-19.

“Na vida dos crentes a componente da fé é essencial, está presente todos os dias, não é separável da vida social, da vida coletiva”, observou o chefe de Estado.

“É um regresso que é difícil – eu vi isso ontem [sábado] na celebração vespertina, porque há regras, porque há distanciamentos, comportamentos diferentes, porque há que manter as máscaras durante toda a celebração, dure ela o que durar, há que ter especiais cuidados na entrada e na saída, na desinfeção”, desenvolveu Marcelo Rebelo de Sousa.

Para o presidente da República Portuguesa, católico, este cuidado “é um sinal da vivência da fé muito forte, em termos espirituais”, considerando que as pessoas vão “aprendendo, aos poucos” a lidar com a nova situação, em particular nos espaços fechados.

O chefe de Estado observou que a Igreja Católica teria “podido insistir em celebrações que eram muito fundas”, no povo português, como é o caso de Fátima”, mas optou por assumir um “contributo pedagógico, um exemplo de contenção, a pensar na vida e na saúde de todos”.

Como exemplo, referiu as procissões de Nossa Senhora de Fátima que “percorreram o país, mas apenas com o andor e a imagem, um ou dois veículos automóveis”, evitando aglomerações, com as pessoas a participar desde as janelas das suas casas.

Como presidente da República Portuguesa, ao agradecer a todas as confissões religiosas, agradeço de forma especial aos católicos, por serem a larguíssima maioria do povo português”.

O chefe de Estado considerou que a Liberdade Religiosa “não esteve em causa”, durante os estados de emergência e de calamidade, desde março, “até porque tudo foi assumido pelas confissões religiosas” e acertado com as próprias.

“O próprio início (das celebrações comunitárias) revelou uma preocupação de não precipitação”, assinalou o presidente da República.

Este sábado, numa nota publicada na página da internet da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa tinha agradecido o “sentido de Estado das Confissões Religiosas” e o “serviço à Vida e à Saúde que demonstraram” durante o tempo de confinamento por causa da pandemia de Covid-19.

PR/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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