Maria Lúcia Amaral esteve no encontro da Pastoral Social, a decorrer em Fátima
Fátima, 23 out 2019 (Ecclesia) – Maria Lúcia Amaral, provedora de Justiça, presente no 33º encontro da Pastoral Social, que decorre em Fátima até quinta-feira, e disse que “as periferias são a vida de todos os dias” na sua missão.
“As periferias são a vida de todos os dias, a vida da provedora de Justiça, porque é uma instituição do Estado a que qualquer cidadão tem acesso informal, universal e gratuito para colocar os seus problemas – não privados mas em relação aos poderes públicos; as periferias estão no centro desta instituição, que existe para tentar, de forma célere, simples e informal, atender ao problemas das pessoas”, disse à Agência ECCLESIA.
Maria Lúcia Amaral referiu ainda uma preocupação por nem sempre conhecer ou chegar às verdadeiras periferias.
“Há várias periferias mas o que mais me preocupa é que não sejam suficientemente conhecidas; estou a falar da parte de quem tem responsabilidades públicas: não as conhecemos e não sabemos chegar lá. Recebo queixas de pessoas que não são as maiores periferias, mas que sabem defender-se, acorrer às instituições, expor os seus argumentos e conhecem o meios de reação”, explica.
Maria Lúcia Amaral referiu ainda a necessidade de “identificar os lugares em que as placas tectónicas da História se moveram e fizeram alguns estragos, na vida das instituições que são as nossas, da vida coletiva”.
“Quando começamos a ter a perceção de que as instituições não servem o bem comum a vida coletiva deslaça e não ficamos bem com isso, não serve a ninguém”, aponta.
Provedora de Justiça desde novembro de 2017, a responsável desejou ainda que o seu público alvo pudesse ser alargado às “pessoas que menos sabem, têm menos informação e mais precisam”, sendo essas as “mais periféricas”.
Maria Lúcia Amaral esteve presente no Encontro da Pastoral Social, que decorre em Fátima, para abordar a temática “A vida em sociedade e a exigência ética”.
“Restringi a questão e delimitei-a: a vida em sociedade e a exigência ética na vida pública, na relação com o país em que vivemos, perceber a presença ou a ausência de ética na vida pública e o que se está a passar no nosso mundo ”, disse.
O 33.º Encontro da Pastoral Social decorre no ‘Steyler Fátima Hotel’; entre os conferencistas estão, entre outros, o professor universitário Álvaro Domingues, da Faculdade de Arquitetura – Porto e André Costa Jorge, da PAR – Plataforma de Apoio aos Refugiados
O encontro termina, esta quinta-feira, com apresentação dos casos práticos ‘Florinhas do Vouga’ e ‘Laboratório cívico de Santiago’, antes da conferência final ‘O que dizemos quando falamos de “opção preferencial pelos pobres”?’, pelo diretor do Secretariado Nacional da Pastoral Social.
SN/OC