Portugal: Patriarca de Lisboa recebeu secretário-geral da UGT

Carlos Silva «enalteceu» o papel «importantíssimo» da Igreja Católica no apoio às populações mais afetadas pela crise

Lisboa, 25 fev 2014 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa recebeu hoje o secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT) para um encontro que foi dominado pela situação política e social em Portugal.

À saída do encontro privado, Carlos Silva adiantou à Agência ECCLESIA que partilhou com D. Manuel Clemente as “preocupações” da central sindical relativamente ao “futuro”, depois de “dois anos e meio” de “austeridade” financeira, e “enalteceu” o papel da Igreja Católica na resposta às necessidades das populações mais afetadas pela crise.

Segundo aquele responsável, a Igreja Católica, através das suas “instituições de solidariedade social e de todas as suas entidades”, tem desempenhado “um papel importantíssimo” junto das populações, sendo “o apoio e a sustentação de milhares de famílias”.

“É preciso relevar esse papel e ao mesmo tempo disponibilizar a UGT para em conjunto ou em complemento com a intervenção da Igreja Católica, possam encontrar-se soluções que sirvam os homens e as mulheres deste país, e que pontuem um clima mais social e menos económico”, sublinhou Carlos Silva.

O crescimento do desemprego, “sobretudo entre os jovens e os casais”, e os “números assustadores da imigração” foram algumas das “chagas sociais” abordadas durante a reunião entre o patriarca de Lisboa e o líder da UGT.

Para Carlos Silva, mesmo que alguns indicadores económicos possam já permitir “vislumbrar um horizonte mais positivo”, eles “só poderão servir como adjetivos para classificar que o país está no caminho certo se forem sentidos pelas pessoas”.

E olhando para as recomendações que estão a ser dadas pela “troika” que está a coordenar o resgate financeiro de Portugal, composta pelo Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia, a UGT lamenta que a única solução preconizada a curto e médio prazo seja de “mais austeridade”.

Uma solução que, para Carlos Silva, de alguma maneira entrou em contradição com o “discurso mais entusiasmante” que vinha sendo adotado pelo Governo.  

“Portanto não há sinal de festa, não há fim de recessão e não há fim de austeridade, agora têm de existir caminhos alternativos, basta que as pessoas os queiram seguir. Chegou-se a um ponto em que os governantes e os governos se deixaram algemar pelas políticas de execução orçamental, em detrimento das pessoas”, concluiu o secretário-geral da UGT.

Entre as medidas reivindicadas pela central sindical, para reverter o quadro socioeconómico atual, está um apelo ao Governo para que favoreça  a implementação de “medidas reais para a proteção dos trabalhadores e para a dinamização da economia, como a revisão do salário mínimo e a dinamização da negociação coletiva, quer no setor privado quer no setor público”.

JCP

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