Portugal: «Nunca é demais refletir sobre o valor e a inviolabilidade da vida» – D. Joaquim Mendes

Igreja Católica vai celebrar a Semana da Vida 2020 com o tema «A fragilidade humaniza a vida»


Lisboa, 10 mai 2020 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família afirmou que “nunca é demais refletir sobre o valor e a inviolabilidade da vida desde a sua conceção até à morte”, no contexto da Semana da Vida 2020, que hoje inicia.

“Rezar para que cresça na humanidade a consciência do valor da vida, o cuidado da vida, o respeito e a defesa da vida e celebrá-la como um grande dom que recebemos de Deus, com profundo reconhecimento. A vida que temos devemo-la a quem aceitou generosamente ser colaborador e aliado do Deus da vida”, disse D. Joaquim Mendes.

A Igreja Católica em Portugal celebra a Semana da Vida 2020 com o tema ‘A fragilidade humaniza a vida’, a partir desde domingo, 10 de maio, até dia 17.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família, da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), explica que a pandemia do coronavírus Covid-19 “despertou para a realidade da fragilidade” e este vírus “desconhecido, invisível e incontrolável” faz “reconhecer quão frágeis” são as pessoas e como dependem uns dos outros.

“Esta experiência comum da própria fragilidade despertou e fez-nos crescer em humanidade, tornou-nos mais sensíveis, mais atentos, mais solícitos uns para com os outros. O confinamento ajudou-nos a conhecermos-mos e a conhecermos melhor os outros, gerou um movimento espontâneo proximidade e de grande solidariedade social, principalmente em relação aos mais frágeis, aos doentes, aos infetados, aos idosos, aos sós. Suscitou o reconhecimento em relação ao valor e à importância dos que heroicamente cuidam dos outros na linha da frente da pandemia”, desenvolveu o bispo auxiliar de Lisboa.

A escolha do tema da Semana da Vida surge na sequência do primeiro Congresso Internacional da Pastoral dos Idosos (29 a 31 de janeiro, Roma) onde participou uma representação da CEP.

Neste contexto, D. Joaquim Mendes assinala que a “revolução demográfica”, que está a afetar o mundo, “é um daqueles ‘sinais dos tempos’ que não se podem deixar de levar em conta”, e destaca que os idosos são “testemunhas, guardiões da memória, da história e das raízes da fé entre as gerações mais jovens e a sociedade em geral”.

A Semana da Vida assinala-se na semana do Dia Internacional da Família, que se comemora a 15 de maio, e D. Joaquim Mendes destaca que a família “é um ‘tesouro escondido’ na Igreja”, por isso, esta semana especial é mais uma oportunidade, na sequência do confinamento, para “descobrir este «tesouro» e consolidar a identidade da família como ‘Igreja doméstica’”.

“Esta Semana da Vida pode ser um tempo particular e uma oportunidade para que cada família cristã se redescobrir como ‘Igreja doméstica’, manifestação do mistério da Igreja, fortalecer os laços de amor e de comunhão entre os seus membros, de modo que, a Igreja-comunidade seja cada vez mais uma “família de famílias”, família amiga das famílias, família para os que não têm família, e rede de reconstrução da humanidade como família”, desenvolveu.

Ao mesmo tempo, acrescenta o bispo auxiliar de Lisboa, esta semana é uma oportunidade para “sensibilizar” a família para “o apreço e o cuidado dos seus membros, sobretudo dos mais frágeis e idosos, crescer no respeito e no amor mútuos”.

Os bispos portugueses instituíram a Semana da Vida, na terceira semana de Maio, no Ano Internacional da Família de 1994, em resposta à proposta do Papa São João Paulo II para se celebrar anualmente um dia em defesa da vida em todos os países do mundo.

Os subsídios para viver esta semana – guião, cartaz, oração – este ano estão apenas disponíveis online, em http://leigos.pt, o sítio online da Comissão Episcopal do Laicado e Família, da Conferência Episcopal Portuguesa.

CB/PR

 

“Suscitar nas consciências, nas famílias, na Igreja e na sociedade, o reconhecimento do sentido da vida humana em todos os seus momentos e condições, concentrando a atenção de modo especial na gravidade do aborto e da eutanásia, sem, contudo, menosprezar os outros aspetos e momentos da vida” – Papa João Paulo II na Carta Encíclica ‘Evangelho da Vida’
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