Portugal: Muitos jovens vivem no trabalho um contexto de «precariedade, pressão e medo» – Presidente da Juventude Operária Católica (c/vídeo)

Solange Pereira diz que é urgente mudar esta realidade

Lisboa, 11 jul 2018 (Ecclesia) – Um estudo da Juventude Operária Católica (JOC), a nível nacional, mostra uma realidade marcada pela “precariedade, pressão e medo”, sobretudo na transição da escola para o mercado de trabalho.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, a presidente deste movimento católico juvenil frisa que hoje, devido às dificuldades que encontram, as novas gerações “não se sentem parte da classe trabalhadora”.

Ao mesmo tempo não conseguem “dar voz” aos “casos de pressão que vivem nos seus locais de trabalho” nem “àquilo que os preocupa”, e por isso “cada vez mais estão a refugiar-se em si mesmos”, alerta Solange Pereira.

A campanha nacional ‘Pressão na Vida dos Jovens – na Escola e no Trabalho’, promovida pela JOC, partiu da perceção de que “este é um tema urgente” para os mais novos.

Em primeiro lugar foi feito um inquérito alargado para “perceber, não só dentro do movimento, mas também fora”, como é que os jovens “se sentiam” em relação a estas matérias.

A partir dos resultados dessa consulta, a JOC avançou para a realização de “debates” dentro das suas estruturas, nas várias regiões do país, para ir ao encontro de “casos concretos” e “não se ficar pelo abstrato”.

Um método que permitiu ficar com um retrato global acerca da situação que os jovens estudantes e aqueles que já estão ativos no mercado de trabalho hoje enfrentam.

“A maioria dos nossos jovens vivem situações de precariedade laboral tremenda no nosso país, e depois denunciando esses casos esses jovens têm medo, ou de sofrer represálias por parte dos seus colegas ou da chefia da empresa, e também medo de perder os seus empregos”, aponta Solange Pereira.

Com esta campanha nacional, a JOC espera contribuir para alterar este paradigma e contrariar um certo conformismo em que possam cair os jovens trabalhadores, por pensarem que “nada vai mudar”.

“Sentimos que eles estão cada vez mais acomodados à sociedade, estão apáticos, não lutam, não dão voz àquilo que querem, e os jovens da JOC querem mudar isso mesmo, por lutam, porque vão para a rua, para além da dignidade no trabalho queremos dignidade enquanto pessoas”, acrescenta a presidente do movimento juvenil católico.

É nesse sentido, para despertar a sociedade para estas problemáticas, que a JOC vai concluir esta campanha nacional com um encontro alargado em Aveiro, no Centro Cultural de Congressos daquela cidade.

O evento tem início marcado para as 9h00 e vai incluir, ao longo do dia, diversas atividades lúdicas, formativas e musicais, e também uma celebração eucarística presidida pelo bispo de Aveiro, D. António Moiteiro.

A entrevista à presidente da Juventude Operária Católica, Solange Pereira, foi emitida hoje no Programa ECCLESIA (RTP2).

HM/JCP

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