«Chiara deixou-nos alguns pontos que podemos incorporar no trabalho que fazemos na educação, para motivar pessoas e para tentar dar uma resposta à crise climática» – John Mundell
Lisboa, 11 dez 2020 (Eccclesia) – O Movimento dos Focolares em Portugal dinamizou esta quinta-feira o encontro online intitulado ‘Impacto Ecológico’, sobre o contributo da sociedade para a sustentabilidade do ambiente, inserido nas comemorações do centenário de nascimento de Chiara Lubich, a sua fundadora.
“Chiara [Lubich] deixou-nos alguns pontos que agora podemos incorporar no trabalho que fazemos na educação, para motivar pessoas e para tentar dar uma resposta à crise climática”, disse John Mundell, doutorado em Engenharia Civil, que desenvolve projetos que visam promover a sustentabilidade.
A iniciativa online ‘Impacto Ecológico’, realizada esta quinta-feira, começou com uma entrevista ao consultor ambiental da Mundell & Associates e membro da ‘EcoOne’, uma iniciativa cultural multidisciplinar do Movimento dos Focolares, que explicou que “não tinha percebido o impacto de Chiara na questão ambiental porque não falava muito sobre isso”.
“Com o tempo fui percebendo que ela tinha dito algumas coisas sobre ecologia, como há uma ‘marca trinitária’ em toda a criação e que tudo isso nos torna interligados”, acrescentou.
O focolarino John Mundell é um dos autores do ‘Dado da Terra’, que tem como objetivo promover ações concretas em defesa do meio ambiente, baseadas num comportamento ecológico responsável, e foi inspirado na ideia do ‘cubo do amor’ (1998) de Chiara Lubich.
“Uma ideia muito concreta de lançar um dado e ler o que está em cima e depois pô-lo em prática; No meu trabalho, com a terra surgiu-me uma ideia semelhante: ‘Temos de motivar as pessoas a amarem a terra de forma concreta’”, explicou.
Neste contexto, acrescentou, que começaram a refletir sobre “quais os pontos essenciais” que queriam apresentar para viver, “quais os pontos-chave”, e começaram a tentar desenvolver as várias faces do ‘Dado da Terra’, que contém frases como “sorrir para o mundo”, isto é, “fazer algo em concreto” ou “estamos todos interligados”, inspirado em Chiara Lubich, e que o Papa Francisco também escreveu na ‘Laudato Si’.
O Movimento dos Focolares em Portugal reuniu especialistas e personalidades que desenvolvem pensamento e propostas relacionadas com a sustentabilidade ambiental e ecológica, como Marcial Felgueiras, diretor executivo da Associação A Rocha em Portugal (Associação Cristã de Estudos e Defesa do Ambiente), José Osório, da Rede Cuidar da Casa Comum, e apresentou o trabalho do escultor Paulo Neves (Oliveira de Azeméis).
Francisco Ferreira, presidente da Associação Zero, alertou, por exemplo, que existem “três grandes crises” – alterações climáticas, consumo de recursos, e biodiversidade – e que em cada tema, “seja à escala pessoal, à escala local- as autarquias, os países – e depois à escala planetária, onde as Nações Unidas têm um papel decisivo, a relação entre ciência e a política é crucial”.
“Precisamos de fazer mais pontes, de criar esse diálogo de confiança entre aquilo que é a ciência e a decisão política, e, acima de tudo, diria que há uma mudança de paradigma fundamental que tem de ocorrer em cada um e no diálogo institucional à escala internacional e os jovens têm tido um papel fundamental”, desenvolveu.
O reverendo Sérgio Alves, da Igreja Lusitana, destacou a importância da Carta Ecuménica da Europa e, em concreto, o seu número 9, “um ponto interessantíssimo” sobre a ‘salvaguarda da criação’ que “chama para compromissos concretos”, e incentivou à construção de “pontes, mas também a fazer laços”, que “conseguem ligar de maneira afetiva e efetiva muito interessante”.
O Movimento dos Focolares em Portugal dinamizou três reflexões online sobre o ‘ImPacto’ ‘comunitário’, ‘intergeracional’ e ‘ecológico’ da sua fundadora Chiara Lubich (Trento, 22 de janeiro de 1920 — Rocca di Papa, 14 de março de 2008), no contexto das comemorações do centenário do seu nascimento que têm como tema geral ‘Celebrar para encontrar’.
CB/OC