Instituições manifestam «total disponibilidade para reforçar a capacidade de cuidar das pessoas»
Lisboa, 20 fev 2020 – O Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) anunciou em comunicado que “não praticarão” a eutanásia “a nenhum título”, nas suas instituições, e salienta que nos últimos 40 anos “têm consagrado o melhor da sua atividade a cuidar das pessoas”.
Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a UMP destaca que estas instituições “celebram a vida”, pela sua identidade e natureza.
Após a reunião, realizada em Boticas, o secretariado nacional da União das Misericórdias Portuguesas explica que – perante a eventualidade do Parlamento português aprovar hoje a legalização da eutanásia – “decidem tornar público que, nas suas instituições, não praticarão a eutanásia a nenhum título”.
Neste contexto, explicam que no “respeito pela pessoa humana e pela liberdade individual”, no caso de um utente “desejar apoio para colocar termo à vida”, as Misericórdias vão facilitar a transferência desse utente para “uma entidade certificada que o queira e possa fazer”.
“Nos últimos 40 anos, [as Misericórdias] têm consagrado o melhor da sua atividade a cuidar das pessoas, nomeadamente os mais idosos, muitas vezes em situações de extrema dificuldade sempre com o objetivo de lhes assegurar dignidade, cidadania e qualidade de vida”, desenvolve a UMP.
Esta tarde, os deputados no Parlamento vão debater e votar (votação nominal – um a um) os projetos de lei para a legalização da eutanásia em Portugal apresentados pelo BE, PS, PAN, PEV e Iniciativa Liberal.
As Misericórdias Portuguesas assinalam ainda que “não podem deixar de manifestar uma vez mais” aos portugueses, ao presidente da República, ao primeiro-ministro, a todo Governo e aos deputados, “a sua total disponibilidade para reforçar a sua capacidade de cuidar das pessoas”, em cuidados paliativos, em necessidades paliativas, para “criar na sociedade todas as condições para uma vida plena e digna”.
A UMP é uma associação de âmbito nacional, criada em 1976 para orientar, coordenar, dinamizar e representar as Misericórdias, defendendo os seus interesses e organizando atividades de interesse comum.
CB/OC
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