Portugal: Mensagens de Páscoa sob o signo da crise

Bispo de Aveiro alerta para «sobressaltos e conflitos sociais»

Lisboa, 25 abr 2011 (Ecclesia) – Foi sob o signo da crise económica e política que atravessa o país que os responsáveis pelas várias dioceses portuguesas assinalaram este ano a celebração pascal, a mais importante do calendário católico.

Em Aveiro, D. António Francisco dos Santos alertou para um tempo “confuso e fragmentado por tantas e desnecessárias divisões”, no qual “diminuem as esperanças de prosperidade e aumentam as inquietações perante o futuro”.

“Esta ansiedade pode conduzir-nos a sobressaltos e conflitos sociais que coloquem em questão um pacífico e sereno viver comum”, assinalou o prelado.

Na Vigília Pascal, o arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga apontou “três pontos onde o fermento evangélico deve ser colocado: a família para que os valores da hospitalidade e da condivisão sejam transmitidos; o trabalho onde a dignidade e o direito marcam a tarefa de completar a obra iniciada pelo Criador; a sociedade onde a eficiente participação dos cristãos permite que a convivência humana não se deixe marcar por critérios de solidariedade, justiça e fraternidade”.

O bispo de Viseu pediu no domingo de Páscoa uma “Igreja que testemunha, que anuncia, que celebra e que vive a Fé e a Esperança no Ressuscitado”.

“Precisamos de apostar na formação, através de uma verdadeira Iniciação Cristã pós-batismal. É o caminho para repensarmos a Igreja e a vida, apostando na pastoral das pessoas, dos carismas, dos grupos, da cultura”, disse D. Ilídio Leandro.

O bispo do Porto aproveitou a celebração da Páscoa para lembrar a “tanta evangelização a fazer de novo, a partir de cada um de nós e das nossas próprias comunidades, manifestando em redor a justiça de Deus, pela autenticidade dos crentes”.

“Bastaria demonstrar nas vidas cada uma das bem-aventuranças, com o anúncio e a justiça que transportam, tão diversas dos cálculos mundanos”, referiu D. Manuel Clemente.

O cardeal-patriarca de Lisboa assinalou que a Páscoa ano chega “num momento duro para muitos portugueses”, convidando os católicos a ter “força para lutar e a coragem de esperar”. “Se acreditarmos que Cristo está vivo, teremos força para tudo superar”, disse D. José Policarpo, na homilia da Missa do domingo de Páscoa.

D. Jacinto Botelho criticou a “insultuosa e agressiva culpabilização sempre dos outros, quando nesta situação crítica e delicadíssima”, afirmando que “só a convergência poderá ser portadora de esperança”.

“Queremos uma convergência que respeite a justiça distributiva e não carregue apenas os ombros dos que mais precisam, deixando incólumes escandalosas assimetrias económicas: os que esbanjam e aqueles a quem falta o mínimo para sobreviver”, disse o bispo de Lamego, na homilia da Missa da Ceia do Senhor, de quinta-feira Santa.

As várias intervenções podem ser encontradas na secção «Documentos» do portal da Agência ECCLESIA.

OC

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