Responsáveis destacaram medidas propostas para o Orçamento 2020
Lisboa, 28 jan 2020 (Ecclesia) – Duas associações de imprensa e o Sindicato dos Jornalistas promoveram hoje um encontro sobre as iniciativas que visam um maior apoio do Estado à Comunicação Social, destacando várias propostas dos partidos políticos para o Orçamento de Estado 2020.
“O reforço do porte pago é importante porque permitirá um custo mais acessível por parte das comunidades portuguesas que vivem no estrangeiro. Neste momento, estão apenas em 40% as verbas que são apoiadas nesse sentido, há proposta na Assembleia da República que possa subir para os 80, 90%”, referiu o presidente da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AIC), na Casa da Imprensa, Lisboa.
Em declarações à Agência ECCLESIA, Paulo Ribeiro salientou uma proposta, em sintonia com as dez que a AIC apresentou em defesa da imprensa regional, sobre a publicidade institucional, prevendo que essa verba seja “ investida na imprensa regional e local”.
“São propostas que ainda são curtas, face ao que temos vindo a defender, mas de qualquer forma representam sinais de que efetivamente pode haver uma mudança de paradigma relativamente ao poder político face às necessidades que a imprensa necessita”, desenvolveu o chefe de redação do jornal regional ‘Alvorada’, da Lourinhã,
Para este responsável, a imprensa “é um baluarte na defesa e salvaguarda da democracia tem que haver medidas que se coadunem na defesa deste mesmo setor”.
Já o presidente da Associação Portuguesa de Imprensa assinalou que “tem havido uma luta muita grande” destas entidades em defesa da comunicação social e que, “pela primeira vez em muitos anos”, conseguiram que “a esmagadora maioria dos partidos na Assembleia da República apresentassem propostas” para o Orçamento de Estado dedicadas a este setor.
“É preciso destacar sobretudo a proposta da ‘taxa Google’ porque a coragem está nisto: Um partido que sabe que neste momento é muito difícil tornar efetiva aquele tipo de taxa, mas mesmo assim não desiste de discutir e de querer encontrar soluções. Nós já temos uma solução (API e AIC), estamos em conjunto numa entidade que se chama a VISAPRESS que defende dos direitos de autor”, desenvolveu João Palmeiro.
As duas associações de imprensa estão a promover uma petição à Assembleia da República em defesa do setor da imprensa.
João Palmeiro, da API, considera que “todos devem assinar” e pedir ao Parlamento que “olhe para este problema”.
Em destaque também uma exposição de “luta contra a desinformação e a iliteracia” e uma campanha de alerta da opinião pública para a compra e a leitura dos jornais, que questiona sobre um futuro sem “informação” e sem imprensa.
A presidente do Sindicato dos Jornalistas saudou, por sua vez, que no debate na especialidade do Orçamento de Estado “a generalidade dos partidos” tenha apresentado propostas para o setor dos media.
Sofia Branco realça que este é um setor com “pluralidade de atores, que têm diferentes prioridades e seguem diferentes caminhos”, sem deixar de ser “capaz de se unir em torno de questões fundamentais”, como o financiamento dos media e a sua sustentabilidade.
“Cada um tem feito o seu caminho, os seus contactos no sentido de envolver o poder político e envolver as pessoas nesta discussão salientando a importância que tem uma imprensa saudável, uma imprensa com I grande que envolve rádios, televisões, digital e, obviamente, jornais para que uma democracia seja saudável”, referiu à Agência ECCLESIA.
CB/OC