«Alta abstenção», reveladora de «preguiça» e «desinteresse», é protagonizada por jovens e adultos
Lisboa, 24 jan 2022 (Ecclesia) – Mariana Marques, quevai votar pela primeira vez no próximo domingo para as eleições legislativas, disse ser importante “exercer esse direito”, e afirma-se entusiasmada por “fazer parte” da população eleitoral.
“Ao fim de imensos anos a ouvir os pais, os avós, os adultos à volta, falarem dos partidos, quem iam votar, se concordavam ou não com as medidas, é importante fazer parte deste tipo de coisas. A última década, com a situação económica está muito presente na minha vida e é importante, finalmente, fazer parte disto”, conta à Agência ECCLESIA a jovem estudante de 18 anos.
Mariana Marques sublinha a consciência de “continuar a exercer esse direito”, tendo presente que “durante 40 anos” os portugueses “não puderam dizer o que queriam e tinham a ilusão que poderiam fazer algo, mas na realidade nada mudaria”.
Carolina Ramos, formada em Serviço Social, com 22 anos, afirma a responsabilidade de enquanto “cidadãos de Portugal” dar a opinião a partir do voto.
“Para votar é importante estar informado, não basta ir com a crença que um partido é igual, sempre da mesma forma ao longo dos anos, até porque também a realidade muda”, reconhece.
Para estar informada procurou acompanhar os debates, ler notícias mas admite que os programas eleitorais são “teóricos para a realidade que se vive”.
“Acho que quem está num partido e é político, tem este trabalho, acho que tem de ficar mais próximo da população e perceber as necessidades, porque isto vai mais fundo do que o que escrevem e defendem”, explica.
Mariana Marques lamenta a “tendência nos programas de debate” para que exista “pouco esclarecimento” uma vez que a troca de argumentos leva sempre a “perspetivas obstruídas”, mas sublinha que procura estar informada e junto da família esclarecer dúvidas.
Sobre a abstenção, ambas as jovens, que pertencem ao agrupamento 543 Cova da Piedade do Corpo Nacional de Escutas, lamentam a falta de interesse, reveladora, “na opinião de Carolina Ramos, de “uma preguiça”.
“Não ir votar pode ser um ato de protesto, mas acho que não é a melhor forma”, enfatiza a jovem formada em Serviço Social.
Mariana Marques reconhece falta de interesse na participação eleitoral em “jovens como adultos”.
“Há pessoas extremamente interessadas e outras que nem sequer sabem quem é o Presidente da República ou o Primeiro-Ministro. Há os dois extremos. Estamos numa situação com uma taxa de abstenção enorme não é só por causa dos jovens. É uma pena, mas muitos adultos não o fazem”, regista.
Ao longo da semana que antecede as eleições legislativas no próximo dia 30, o programa Ecclesia na Antena 1, escuta diferentes vozes do Portugal que vai a votos.
HM/LS