Movimento dos Trabalhadores Cristãos vai realizar congresso nacional eletivo, em Fátima
Lisboa, 05 jun 2019 (Ecclesia) – O coordenador da Liga Operária Católica/Movimento dos Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) afirma que a organização que dignificar o trabalho na era digital, esperando que a evolução e as novas tecnologias ajudem os profissionais e não apenas as empresas.
“Vantagens para o trabalho há, porque retiraram o esforço, as máquinas vieram ajudar. O que foi sempre dito aos trabalhadores é que as novas tecnologias vinham para melhorar, facilitar a vida dos trabalhadores e o que tem acontecido até agora, o que mais têm feito, é encontrar soluções económicas para as empresas, provocando a redução de postos de trabalho”, referiu José Paixão, em declarações à Agência ECCLESIA.
O coordenador da LOC/MTC sublinha que a organização tem alertado para “algumas vantagens” para o trabalho da era digital, mas o mesmo “não quer dizer para os trabalhadores”.
“É um problema importante porque o trabalho é fundamental para que os trabalhadores se dignifiquem mas também para que possam ter o suficiente para se sustentarem e às suas famílias”, desenvolveu.
Segundo José Paixão, o problema que se coloca com as novas tecnologias e a robotização é que “destroem empregos”, também criam empregos, mas “a preocupação maior” é que os empregos que vão criar, normalmente, “não são para os trabalhadores que ficaram sem o emprego”, uma vez que “exigem novos conhecimentos, saberes, competências”.
Neste contexto, o entrevistado assegura que a LOC “não é contrária à evolução e às novas tecnologias”, mas propõe que “sejam colocadas ao serviço das pessoas” e, naturalmente, dos trabalhadores e não sejam vistas “apenas” pela “perspetiva de lucro das empresas, de desenvolvimento económico”.
“Têm de ser as novas tecnologias a adaptarem-se aos trabalhadores e às suas necessidades”, acrescenta.
Com o tema ‘Dignificar o Trabalho na Era Digital’, a Liga Operária Católica/Movimento dos Trabalhadores Cristãos em Portugal está a organizar o seu 17.º congresso nacional, que se vai realizar este sábado e domingo, no Seminário Verbo Divino em Fátima, em Fátima.
José Paixão, que está a terminar o segundo mandato (2013-2016; 2016-2019) como coordenador da LOC, adianta que o congresso é o “órgão máximo” do movimento com 83 anos de vida, no qual se vão aprovar “as linhas de orientação” para os próximos três anos.
No encontro, os militantes vão também eleger a nova coordenação, segundo os estatutos, os quais determinam que cada direção não pode fazer mais do que dois mandatos seguidos.
“É uma honra participar na LOC, movimento que para além de formar os militantes numa perspetiva da evangelização do mundo do trabalho, cada membro se valoriza, se anima para participar com maior capacidade, informação e formação na vida dos trabalhadores e organizações”, desenvolveu José Paixão.
A Liga Operária Católica/Movimento dos Trabalhadores, que está presente em várias dioceses portuguesas, é um movimento “especializado da Ação Católica” que, pela “vivência e pelo testemunho” da mensagem cristã, no seio dos trabalhadores, situa-se na dinâmica da vida operária, “participando na caminhada solidária dos trabalhadores que buscam a justiça e a sua promoção coletiva”.
PR/CB/OC