Portugal: Liga Operária antevê Natal difícil

Mensagem do movimento cristão fala em «rasto de destruição» provocado pela crise

Lisboa, 12 dez 2012 (Ecclesia) – A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) publicou hoje a sua mensagem de Natal, na qual evoca as dificuldades geradas pela atual crise económica e critica as consequências das medidas de austeridade.

“As nossas vidas têm sido fustigadas por austeridades tempestivas, que deixam um rasto de destruição e abalam as fundações da nossa civilização”, refere o texto enviado à Agência ECCLESIA.

Os responsáveis do movimento cristão afirmam que “a dignidade humana e a justiça social” estão a ser ignoradas e que este facto tem “levado multidões a procurar o êxodo, mesmo sem terem a certeza do tempo que levarão a consegui-lo”.

Entre estes, refere a LOC/MTC, contam-se “trabalhadores, com empregos precários, mal pagos, que sofrem diariamente cortes nos direitos laborais, nos salários, nas férias e nos dias de descanso”.

A mensagem fala ainda nos “desempregados de hoje e de longa duração”, bem como nos “(e)imigrantes, as crianças, os jovens, as mulheres”, “os idosos e pensionistas”, “as famílias e principalmente os casais novos que experimentam em suas vidas o empobrecimento, a instabilidade e a insegurança destes tempos”.

O documento condena o “poder económico, que renega instantemente a primazia e a dignidade da pessoa humana”.

“Estamos numa noite que teima permanecer por muito mais tempo, sem ir ao encontro da madrugada e da luz do dia”, alerta a LOC/MTC.

A organização católica espera que o Natal seja, nesta situação, uma “alegre notícia que vem congregar vontades, universalizar culturas, humanizar o ser humano, dar a conhecer o Deus desconhecido”.

“Deus sai novamente ao nosso encontro na debilidade do Menino Jesus, a partir do presépio, para, em primeiro lugar, nos escutar e ouvir os nossos clamores, participando desde o seu nascimento nas lágrimas de tantos rostos sofridos e de vidas crucificadas”, indica o texto.

Os responsáveis do movimento lamentam que se viva um momento em que “tudo se tornou relativo, inclusive a própria pessoa humana, expressão máxima do amor de Deus”.

“Deixemos que o natal de Jesus sustente a nossa humanidade e nos comunique um fôlego de vida, porque a sua vinda desperta o futuro e faz correr nas veias a esperança”, conclui a mensagem.

OC

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