Consagrados foram também incentivados à «solidariedade» com as vítimas dos incêndios
Lisboa, 23 nov 2017 (Ecclesia) – O presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) revelou hoje que a assembleia geral realizada esta segunda e terça-feira deixou o desafio de estarem atentos ao sínodo sobre os jovens e ao “tráfico de pessoas”.
O padre José Vieira, em declarações à Agência ECCLESIA, explicou que existem duas formas dos Institutos Religiosos chegarem aos jovens e começa com “uma presença mais efetiva nas redes sociais”.
“Pressupõe a conversão de mentalidades à própria arte da comunicação, do digital, e tem de ter regras: Não se pode falar uma hora ou meia, têm de ser sintéticos, testemunhos de vida com linguagem simples”, acrescentou.
Há a “necessidade de uma menor desconfiança” em relação ao mundo digital e para alguns institutos “é difícil entender o mundo das redes sociais e da comunicação”.
Para o presidente da CIRP é preciso “dar um testemunho alegre e convincente” de que vale a pena “ser consagrados hoje” num mundo marcado “pelo individualismo globalizado, narcisismo, egoísmo”.
“A vida consagrada é resposta que traz felicidade”, observou.
Ainda neste contexto, e segundo os relatórios das diversas comissões da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal verificaram uma “quebra” de participação nos encontros de formação, “sobretudo do primeiro grau, o postulantado” uma vez que no noviciado e nos juniores “os números mantiveram-se”.
“Não sabemos se a quebra é momentânea ou pode trazer outros problemas. Não é clara a razão, mais natural será quebra do número de vocações ou podem não ter podido participar”, acrescenta.
O tema formativo da assembleia geral teve como título ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’ e foi exposto pela irmã Paula Jordão; já o secretário e porta voz da Conferência Episcopal portuguesa, padre Manuel Barbosa, apresentou o documento ‘Síntese das respostas ao questionário do documento preparatório do Sínodo dos Bispos’ enviado para a Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos com “dados percentuais, a situação dos jovens na Igreja e a Igreja para os jovens e ainda exemplos de práticas de pastoral juvenil”.
O padre José Vieira explicou que o outro elemento “importante” foi uma reflexão sobre o tráfico de pessoas em Portugal liderada pela CAVITP – Comissão de Apoio às Vitimas do Tráfico de Pessoas e o tema foi apresentado pela especialista em direitos humanos e migrações, Cláudia Pedra.
“Falamos muito na necessidade de vigiarmos, no sentido do Advento, de estarmos vigilantes às realidades à nossa volta que possam parecer situações de tráfico”, referiu, acrescentando que há necessidade de terem “formação para identificar” esses casos e depois “reportar à Polícia Judiciária.
Aos Institutos Religiosos foi pedido também manifestações “concretas de solidariedade” com as vitimas dos incêndios endereçando o apoio à Cáritas.
A XXV Assembleia Geral da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal realizou-se nos dias 20 e 21 de novembro, em Fátima, e na próxima reunião os responsáveis vão aprofundar assuntos relacionados “com o IMI e o registo de pessoas jurídicas canónicas” entre “outros problemas”.
CB