Portugal: Igreja Católica acompanha «situações dramáticas» dos emigrantes

Diretor da Obra Católica Portuguesa de Migrações fala numa questão prioritária

Lisboa, 17 jan 2014 (Ecclesia) – O diretor da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) sublinhou a importância de acompanhar quem deixa o país, vivendo “situações dramáticas” para evitar que fiquem numa “situação pior”.

“As pessoas vão continuar a emigrar e cada vez em maior número. Pelo que nós vemos dos dados em Portugal e da situação real do nosso país, percebemos que as pessoas estão a viver situações muito difíceis”, refere frei Francisco Sales Diniz em entrevista à Agência ECCLESIA, por ocasião do 14.º Encontro de formação de agentes sociopastorais das migrações que hoje se inicia em Albergaria-a-Velha (Diocese de Aveiro).

Segundo este responsável, perante a recente “explosão da emigração”, é preciso que a Igreja Católica coloque a “pastoral dos emigrantes – a necessidade de os acompanhar, de continuar a disponibilizar agentes pastorais, a dar orientações para este trabalho, como uma das prioridades”.

O diretor da OCPM mostra-se preocupado com as pessoas que emigram sem uma rede social de apoio que os acolha nos destinos, “para onde vão sem terem a certeza de encontrar trabalho”.

Frei Francisco Sales Diniz destaca o trabalho realizado pelas missões de língua portuguesa, em parceria com as Cáritas e outras instituições civis, para promover o apoio aos emigrantes, “porque as situações são muito dramáticas”.

O responsável projeta a celebração do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que a Igreja Católica assinala este domingo, e cita o Papa Francisco para pedir uma “mudança de atitude”.

“Se queremos construir uma Europa unida, é preciso que os governos trabalhem em conjunto: é preciso uma grande abertura, leis que promovam uma cooperação entre os Estados”, sustenta.

A Igreja Católica, acrescenta, deve ajudar a criar uma “cultura do acolhimento”, de respeito pela dignidade de cada pessoa e pelos Direitos Humanos.

“Estive recentemente num centro de detenção de imigrantes clandestinos, na ilha de Malta: são situações verdadeiramente dramáticas, chorei ao ver centenas e centenas jovens, cheios de sonhos e de esperanças, que se veem barrados, detidos como se fossem criminosos”, recorda o diretor da OCPM.

LS/OC

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