Portugal: «Há quadros grandes de ansiedade e de stress em camadas muitos jovens», diz diretora-executiva da Sol Sem Fronteiras

Inês Souta sublinha importância do voluntariado e alerta para impacto da pandemia nos mais vulneráveis

Foto: Miguel Rato/RR

Lisboa, 18 jul 2021 (Ecclesia) – Inês Souta, diretora-executiva da Sol Sem Fronteiras, ONGD de inspiração católica, disse à Agência ECCLESIA e Renascença que a organização tem vindo a identificar problemas de “ansiedade” nos mais jovens, no contexto da pandemia.

“Temos sentido que é muito importante a educação para as emoções, poder falar sobre o que se está a sentir, aceitar as próprias emoções, boas ou más, percebendo o que são e fazendo alguma coisa com elas. Há quadros grandes de ansiedade e de stress em camadas muitos jovens, agravados por toda esta situação”, refere a convidada da entrevista conjunta semanal, publicada e emitida a cada domingo.

A responsável realça que a SolSef está a promover sessões para a educação da saúde mental, a partir da área musical, com a cantora Rita Redshoes, de norte a sul do país, em escolas e associações.

Inês Souta diz que a preocupação da ONGD, ligada aos Missionários Espiritanos, tem sido não abandonar nem deixar ninguém para trás, porque quem era vulnerável “agora ainda está mais”, por causa da crise provocada pela Covid-19.

A entrevistada convida quem ainda não fez voluntariado a “arriscar”, sublinhando que “qualquer que seja o talento ou tempo para dar, há de sempre ser útil”.

Engenheira física de formação, Inês Souta deixou há dois a consultoria de tecnologias de informação para trabalhar a tempo inteiro nesta ONGD que promove ações de voluntariado em Portugal e em países lusófonos.

“Partir é importante para termos os olhos abertos para o mundo”, refere, evocando a sua própria experiência como voluntária no Brasil e Angola.

Foto: Miguel Rato/RR

Após o adiamento de 2020, a tradicional Missão ‘Ponte’ vai enviar em agosto sete voluntários para o Brasil.

“Para os próprios voluntários é uma experiência transformadora, muito importante para criar cidadãos bem conscientes do mundo em que vivem”, destaca a entrevistada.

Inês Souta adianta que o número de voluntários nacionais aumentou, durante a pandemia, considerando que “as pessoas perceberam que é importante doarem o seu tempo e as suas capacidades”.

Ângela Roque (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)

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