Portugal: Estabelecimentos de Ensino Particular Cooperativo atentos aos contratos e á defesa liberdade de educação

«Defendemos a escolha dos projetos educativos» – Luís Virtuoso

Lisboa, 25 mar 2019 (Ecclesia) – O presidente da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular Cooperativo (AEEP) afirmou que os responsáveis da instituição estão “atentos” aos quatro tipos de contratos que existem neste setor, que representa o “número significativo” de “20% dos alunos” em Portugal.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o professor Luís Virtuoso referiu hoje que os contratos de associação são “um problema que preocupa” a AEEP, que está atenta a esta situação de uma “fatia reduzida” de colégios mas “muito significativos” e “o esforço é para manter”, sem “esquecer que existem outros contratos” que também estão a “preocupar muito”.

“Todos os quatro contratos são importantes e estamos atentos a eles”, acrescentou, exemplificando que existem os contratos simples e de desenvolvimento de apoio à família, os contratos de patrocínio, para o ensino artístico e especializado que “para as escolas e colégios são muito importantes”, e os contratos de cooperação para o ensino especial, onde “a oferta é única em Portugal”.

A AEEP representa o setor de ensino não-superior e não-estatal que corresponde a cerca de “20% do sistema educativo português” e é frequentado por “cerca de 300 mil crianças e jovens”.

“Um número significativo”, realça Luís Virtuoso, salientando que defendem a “liberdade de educação e de escolha” dos projetos educativos, que as famílias possam “escolher com vontade”, que “é o mais importante”.

O novo presidente da direção da AEEP, eleito para o triénio 2019/2022 a 27 de fevereiro, explica que “uma escola privada tem, claramente”, um projeto educativo que é “diferente de uma escola do ensino estatal”, onde o regime “está bem previsto e acabam todos por ser iguais”.

Estes estabelecimentos de ensino destacam-se “pela autonomia”, por quererem “ser escolas inovadoras”, a vontade de serem “diferentes” onde apostam “claramente na qualidade” e pela vontade de “dar igualdade de acesso às famílias”.

“Aqui vamos desenvolver o trabalho durante os próximos três anos porque também as famílias com menos posses têm que ter essa oportunidade de acesso a um ensino diferenciador, de qualidade, e a um projeto educativo que as famílias merecem”, desenvolveu Luís Virtuoso.

Segundo o entrevistado, “um dos problemas” do ensino em Portugal é que as escolas “trabalham muito isoladas, independentemente de estarem associadas”, havendo “pouca tradição” de trabalhar em rede e essa é uma preocupação de futuro da AEEP.

O também professor no Externato Marista de Lisboa refere que querem “desenvolver trabalho de cooperação de redes” entre os colégios, sem “colocar o ensino estatal de lado” e têm propostas para “chamar direções” para “trabalhar e partilhar projetos e boas práticas” com a Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular Cooperativo e

“A primeira preocupação manter a unidade do setor, que os colégios todos se sintam que somos representativos e podemos trazer mais-valia para o seu dia-a-dia e ninguém se sinta só neste processo”, acrescentou.

A comunicação é também uma “preocupação” e querem conseguir “transmitir” o que estão “a fazer de bem” e a comunicação entre pessoas “é um problema complicado”.

Luís Virtuoso refere que os recursos humanos também estão “a preocupar imenso”, a formação e o contributo que podem “dar aos novos docentes”, e dentro das carreiras o contrato coletivo de trabalho dos professores que “continua em vigor mas ainda não está totalmente assinado com alguns sindicatos” e é bom chegar a todos.

A Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo de Ensino Particular foi criada em junho de 1974.

CB

Ensino: Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo tem nova direção

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Agência ECCLESIA

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