Portugal: D. Manuel Martins lamenta falta de explicação «completa» para a crise

Bispo emérito de Setúbal acredita que o país vai ultrapassar situação de dificuldade

Lisboa, 02 out 2012 (Ecclesia) – O bispo emérito de Setúbal, D. Manuel Martins, lamenta a ausência de uma explicação “correta e completa” para a situação de crise que atinge Portugal, mas mostra-se confiante no futuro do país.

“Vamos ultrapassar [a crise], até porque já ultrapassámos situações muito piores”, escreve o prelado num texto hoje publicado pelo Semanário Agência ECCLESIA.

Segundo este responsável, o país vive um momento “particularmente grave”, em que alguns não têm “pão na sua mesa” e outros estão a “gozar com o panorama”.

“Quando o tempo está quente e abafado, o nosso povo pressente trovoada à porta. Vivemos um tempo de asfixia, temos dificuldade em respirar, mas que não venha a trovoada”, alerta.

D. Manuel Martins questiona como foi possível chegar a esta situação e sustenta que a explicação para a crise seria “meio caminho andado” para vencer “o pesadelo” que “oprime e aflige” a população.

“A pedagogia e o respeito pelo povo nunca foram o forte dos nossos políticos”, refere.

O bispo emérito de Setúbal considera que “as nunca vistas manifestações” que se sucedem em Portugal merecem uma “leitura atenta, porventura muito incómoda, até porque a todos deixam muito perplexos quanto ao caminho a escolher para sair do abismo”.

O prelado pede aos responsáveis políticos “a todo o nível” e aos detentores do poder económico que “parem” e “olhem o povo sofredor”, que “secundarizem por algum tempo interesses clubistas e que, em espírito de serviço, valham a quem não pode esperar mais”.

“Temos de descer todos a terreno, temos de acordar, sobretudo para pedirmos aos responsáveis que assumam a sua culpa e lancem mão às ferramentas da luta”, conclui D. Manuel Martins, antigo responsável pela então denominada Comissão Episcopal da Ação Social e Caritativa da Igreja Católica em Portugal.

OC

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