Portugal: Cáritas alerta para maiores riscos de pobreza

Responsáveis nacionais e europeus pedem mais apoios às famílias perante a crise

Lisboa, 15 mai 2013 (Ecclesia) – A Cáritas Portuguesa apelou hoje a um maior apoio para as famílias, no seu Dia Internacional, afirmando que estas enfrentam cada vez mais “sérios riscos de pobreza”.

“Para a Cáritas, a família é um pilar fundamental do bem-estar social, que deve ser apoiada em tempos de crise e isto mesmo é afirmado a nível nacional e europeu”, assinala a organização católica, em comunicado.

Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa apela ao Governo para que seja “mais explícito” nas políticas de apoio à família, o que poderá passar pela criação de uma estrutura autónoma para fazer a “coordenação” dessas mesmas políticas, diretamente dependente do primeiro-ministro.

“Efetivamente, sentimos a falta de uma política estruturante de apoio à família, até para vencermos um drama que o país está a atravessar, a baixa taxa de natalidade”, precisa.

O secretário-geral da Cáritas Europa, Jorge Nuño-Mayer, lembra por sua vez que “em muitos casos, o rendimento familiar pode permanecer abaixo da linha de pobreza, se os ganhos no mercado de trabalho forem baixos e o número de membros da família que não trabalham for alto”.

“A probabilidade de ambos os pais poderem garantir um emprego remunerado também depende da existência de serviços de acolhimento para crianças a preços acessíveis”, acrescenta.

O Relatório de Monitorização de Crise publicado pela Cáritas Europa e apresentado também em Portugal, examinou o impacto da crise económica na Irlanda, Espanha, Portugal, Grécia e Itália tendo revelado que as “fortes tradições de apoio à família” estão a ser “severamente testadas” durante a crise.

“Famílias monoparentais ou com mais de dois filhos são atingidos de forma particular pela pobreza”, sublinha a organização católica.

Os responsáveis da Cáritas lamentam a falta de “políticas que aliviem os custos das famílias”, lembrando que muitas crianças “estão hoje em risco de pobreza “.

A organização católica deixa uma “palavra de solidariedade” às famílias, “sobretudo àquelas que têm sentido algum perigo de desagregação resultante da tensão das carências que sentem”.

“É preciso dizer às famílias portuguesas que não há sociedades fortes, sustentadas, sem famílias unidas, radicadas numa união, numa comunhão de tudo aquilo que são os valores da família, consolidada pelo amor. Por tudo isto também as famílias devem olhar o futuro com esperança”, conclui a nota.

OC

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