Crise: Igreja preocupada com famílias de Portugal

Lisboa, 15 mai 2013 (Ecclesia) – A celebração do Dia Internacional da Família, que hoje se assinala, marca anualmente a convocação da Semana da Vida, por parte da Igreja Católica em Portugal, desta feita com alertas para a situação dos que “mais sofrem” com a crise.

O Departamento Nacional da Pastoral Familiar (DNPF) evoca a experiência do último Encontro Mundial das Famílias (Milão, Itália, junho de 2012), no qual a Igreja “denunciou a ilusão de se pretender responder aos problemas humanos apenas pela via económica”.

“A família não pode continuar a ser deformada e destruída sem que se ultraje e destrua a pessoa e a própria sociedade”, destaca o DNPF.

A ‘Semana da Vida’, que decorre este ano até domingo, corresponde ao apelo do Papa João Paulo II (1920-2005) por “uma celebração anual em defesa da vida, com o objetivo de suscitar nas consciências, nas famílias, na Igreja e na sociedade, o reconhecimento do sentido e valor da vida humana em todos os seus momentos e condições, concentrando a atenção de modo especial na gravidade do aborto e da eutanásia”.

“No nosso quadro cultural, reconhecidamente desfavorável, dar mais vida à vida é assumir modos concretos de defesa e promoção da dignidade inviolável de cada pessoa, desde a sua conceção até à sua morte natural”, conclui o DNPF, que propõe “gestos, leituras e orações” para a Semana da Vida, num guião disponível em www.leigos.pt.

A Conferência Episcopal Portuguesa criticou na sua última assembleia plenária a “banalização” do aborto e a “facilitação” do divórcio, alertando para as consequências da atual legislação sobre o futuro das famílias.

Os bispos aprovaram uma nota pastoral intitulada ‘A força da família em tempos de crise’ e sustentam que “a facilitação extrema do divórcio e as formas de convivência marital precária dificultam a decisão de ter filhos”.

Segundo os bispos, há uma “crise demográfica” pelo que “é urgente uma nova mentalidade e cultura que ultrapasse o cansaço moral e a falta de confiança no futuro”, para além de medidas fiscais que “promovam o emprego juvenil e facilitem a vida aos casais que desejem ter mais filhos”.

A nota pastoral apresenta a família como “como um bem insubstituível, fonte básica do capital humano, social e espiritual de uma sociedade, a primeira e mais básica de todas as instituições”.

“No contexto da presente crise económica e social, vem ressaltada a importância da solidariedade familiar, o primeiro e mais seguro apoio de quem se encontra com graves problemas como o desemprego e a falta de recursos para a satisfação das necessidades básicas da alimentação, habitação e educação”, refere a CEP.

Os bispos admitem que a situação de crise económica e social tem provocado “desalento e falta de perspetivas de futuro”.

“É esta a mensagem que queremos transmitir, como antídoto a esse desalento e como ajuda à superação dessa crise: que a família seja reconhecida e apoiada na missão social que só ela pode desempenhar”, conclui a nota.

OC

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