Porto Santo vai recuperar capelas

Pároco lamenta actos de vandalismo A Câmara Municipal do Porto Santo está a elaborar um projecto em conjunto com a paróquia da Nossa Senhora da Piedade tendo em vista a restauração da Capela de Nossa Senhora da Graça. Além deste projecto, outros estão em carteira e outros, ainda, estão no rol das preocupações do pároco Duarte Gomes. Estão a ser estudadas em conjunto várias formas de se conseguirem os meios, para proceder às obras. A Capela de Nossa Senhora da Graça, na paróquia de Nossa Senhora da Piedade, na “ilha dourada”, é um dos templos que irá sofrer obras de intervenção. A paróquia, em parceria com a Câmara Municipal está a estudar formas de conseguir os apoios, para avançar com as intervenções. Para além das varandas, está previsto ladear a calçada da escadaria que vai ter à capela, com candeeiros de forma a dar outro ambiente àquela zona. O Pe. Duarte Gomes, em declarações prestadas ao Jornal da Madeira explicou que “esta capela de Nossa Senhora da Graça é um dos santuários marianos da Diocese do Funchal. É como a igreja de Nossa Senhora do Monte, a igreja do Loreto e outras igrejas dedicadas a Nossa Senhora, que são santuários marianos. No Porto Santo, é este o santuário mariano por excelência”. Há, inclusivamente, pessoas que se deslocam, de propósito, ao templo para pagarem as suas promessas, mesmo até quando está fechado. Por isso, reiterou, que devia haver outro tipo de cuidado e de enquadramento. Adiantou, contudo, que está a ser desenvolvido um conjunto de deligências para que um dia aquele espaço esteja mais aprazível e mais convidativo à oração. O Pe. Duarte Gomes desejaria que tal fosse uma realidade a breve/médio prazo, no entanto, apontou estar ciente das dificuldades que, hoje em dia, as Câmaras Municipais têm ao nível dos financiamentos. Outra das intervenções em vista é a recuperação do adro da igreja matriz da paróquia da Piedade, um projecto que já foi aprovado pelo Bispo do Funchal, D. Teodoro de Faria. Ao que tudo indica, o projecto vai ser desenvolvido pela edilidade. O mesmo acontece com o adro da sede paroquial que está ser reestruturado sendo que a autarquia está a trabalhar na integração deste espaço no projecto urbanístico que está previsto para aquela zona. O interior do templo está, também, a necessitar de uma intervenção, reiterou o sacerdote. Quanto à Capela de São Pedro, na paróquia do Espírito Santo o respectivo acesso sofreu obras de remodelação, estando em construção o espaço para acolher a confraria, uma obra que está a ser realizada em colaboração com a Câmara. Roteiro turístico O Pe. Duarte Gomes anseia ver recuperadas estas igrejas e capelas do Porto Santo o que, no seu entender, vai convidar à oração dos fiéis e valorizar o património arquitectónico religioso. Depois da obra feita, o sacerdote reitera que poderia ser desenvolvido um roteiro turístico/religioso, em colaboração com as agências de viagens. Este seria mais um produto a oferecer aos turistas que, acima, de tudo procuram a “ilha dourada” para fazer praia mas, muitos deles, chegam a visitar os templos e demonstram interesse, colocando questões. No seu entender, o restauro de uma igreja e a contribuição para a conservação do património é algo que tem a ver com o bem comum. “Não é para agradar ao senhor Padre, nem aos paroquianos, tem a ver com uma ideia que se tem de que estes locais são para o bem da população e tem a ver com a história e a espiritualidade de um povo, não colocando de lado de outras infra-estruturas que existem aqui no Porto Santo que têm a sua importância.”. Por isso, reiterou, que há que conservar e disponibilizar meios para isso tendo adiantado que as paróquias juntamente com as entidades poderão desenvolver um trabalho bastante frutuoso, neste sentido. O Pe. Duarte Gomes espera ver concretizada esta ideia sua ambição para que, um dia em que vá para outra paróquia possa dizer: “Graças a Deus, tudo o que estava pensado para as capelas e igrejas, tudo foi feito para bem dos paroquianos”. Mais uma vez, sublinhou, que as paróquias sozinhas e os párocos não conseguem desenvolver estes projectos devido aos custos que estas intervenções acarretam. “Evidentemente, não é com os ofertórios dos domingos que conseguimos levar avante estas obras. Tem que haver um envolvimento das autoridades e gosto, um sentido de tentar preservar aquilo que tem a ver com a nossa identidade”. O Pe. Duarte Gomes lamentou, a propósito, que ainda se olhe para a questão do património como uma questão menor, talvez porque não seja muito vistoso.

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